A Copa do Mundo é um dos eventos esportivos mais esperados, mas você sabia que foi um advogado católico quem a criou? E o objetivo dele era promover a paz e a confraternização.
Vamos conhecer esta história?!
Jules Rimet o criador da Copa do Mundo
O advogado católico Jules Rimet nasceu em 14 de outubro de 1873, no povoado de Theuley, na França.
De família católica, recebeu uma educação cristã, principalmente dos seus avós. Logo, enquanto criança serviu como coroinha na igreja local. Contudo, aos 10 anos mudou-se para Paris com seus pais que procuravam melhores condições de vida.
Porém, sua vida não foi nada tranquila devido aos diversos problemas sociais causados pela Revolução Industrial. Mas era bom aluno e muito dedicado.
E quando estava na adolescência, o Papa Leão XIII publicou a primeira Encíclica Social da Igreja, a Rerum Novarum. Logo, este documento do Papa mexeu muito com o jovem Jules.
A Encíclica buscava promover a dignidade do homem enquanto trabalhador e seus direitos legítimos. E trazia reflexões sobre as questões de relacionamento entre empregado e patrão, como o salário justo, o limite da jornada de trabalho e o trabalho insalubre. Além disso, refletia sobre o trabalho da mulher e combatia o trabalho infantil e também o trabalho escravo.
Logo, o jovem ganhou uma bolsa de estudos para a faculdade de Direito. Enquanto isso, seguia preocupado com a miséria em que muitos trabalhadores viviam. Até que, inspirado pela reflexão do Papa na Encíclica, resolveu formar uma organização que oferecia ajuda social e médica aos pobres.
Algum tempo depois, Rimet criou uma revista para divulgar a encíclica de Papa Leão XIII. Além disso, também promovia reuniões privadas em uma capela subterrânea de Paris com chefes de trabalho de algumas empresas. E o assunto tratado eram as formas de favorecer a dignidade no ambiente de trabalho e como ajudar os trabalhadores que enfrentavam dificuldades.
Jules Rimet e o futebol
O advogado católico gostava muito de esportes e tinha a firme convicção de que eles têm a capacidade de unir as pessoas, independente da raça e da classe social. Por isso, aos 24 anos, em 1897, ele fundou um clube esportivo chamado Red Star, aberto a qualquer pessoa.
E sobre isso, ele dizia: “Os homens poderão se reunir com confiança, sem ódio em seus corações e sem insultos em seus lábios”.
Logo, a sua intenção ao criar o clube esportivo era desviar os jovens da classe trabalhadora de ideologias contrárias as que a Igreja Católica apoiava.
Contudo, na França daquela época o futebol ainda era desprezado, pois era considerado um esporte da classe baixa e dos ingleses. Ainda assim, Rimet decidiu incluí-lo no seu clube.
Logo, em 1904, ele ajudou a fundar a Fédération Internationale de Football Association (Federação Internacional de Futebol Associado ou FIFA). Então começou a organizar um campeonato internacional, mas o início da Primeira Guerra Mundial o obrigou a adiar seus planos.
Inclusive, o advogado que tanto amava a Doutrina Católica e que tanto respeitava o clero, precisou participar da guerra, na frente da batalha, ao longo de 4 anos. E quando encerrou sua participação, foi premiado com a Cruz de Guerra, uma condecoração militar francesa concedida àqueles que se destacaram por atos de heroísmo.
E como surgiu a Copa do Mundo?
Atleta recebendo a taça das mãos de Jules Rimet, em 1958
Depois do fim da guerra, Rimet conseguiu retomar o seu sonho de um campeonato internacional. Então começar a planejar como seria, e em 1921 se tornou presidente da FIFA, cargo que ocupou por 33 anos – o mandato mais longo da federação.
Logo, em 1928, Rimet finalmente criou a Copa do Mundo. E a primeira competição aconteceu dois anos depois no Uruguai. Ele encomendou ao escultor francês Abel Lafleur uma estatueta para entregar ao vencedor do torneio. O troféu tinha 35 centímetros de altura e pesava 3,8 kg.
E esse modelo de troféu foi utilizado até a Copa de 1970, quando a Seleção Brasileira conquistou o seu terceiro título mundial.
O advogado brasileiro sempre defendeu que o futebol deve ser inclusivo e multinacional. Além disso, ele acreditava que através do esporte internacional é possível estabelecer e reforçar os fundamentos católicos que tanto prezava. São eles: trabalho duro, jogo limpo, cooperação e respeito.
Em 1956, Rimet foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por ter fundado a Copa do Mundo. Ele faleceu na França, em 1956, aos 83 anos.
