Em 1950 o então Papa Pio XII, proclamou como dogma da fé (verdade espiritual), a Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, a qual dizia: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Este fato foi um marco histórico para os fiéis, provando a misericórdia e compaixão que Jesus teve para com sua mãe.
PRÉ MUNIFICENTISSIMUS
Antes do Santo Padre proclamar o novo dogma, as Igrejas do Oriente e Ocidente, chamavam de “dormição” o dia em que Nossa Senhora foi elevada ao céu, pois para os cristãos isto é um “sonho de amor”. Até que em 1950, passou-se a se chamar de “Assunção de Nossa Senhora”.
ASSUNÇÃO OU ASCENÇÃO?
A palavra “Assunção” significa elevação. Aplicada a Nossa Senhora, significa que Maria foi elevada aos céus pelo poder de Deus, e não por seu próprio poder. Jesus, por sua vez, viveu a “Ascenção”, significando que Ele subiu ao céu por seu próprio poder. Maria foi assunta, ou seja, elevada, seu Filho ascendeu ao Reino de Deus, ou seja, subiu ao céu.
HISTÓRIA
Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales são quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo da sua morte.
É bastante comum a crença de que a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrou os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.
DEVOÇÃO NO MUNDO
A proclamação da Assunção de Maria não é considerada muito antiga. Mesmo assim, a Assunção já era aceita pelos cristãos desde o tempo dos apóstolos. No século XIV, em Portugal, um fato notável aumentou a fé do povo na Nossa Senhora da Assunção. Dias antes da festa de Assunção de 1385, os castelhanos, com a intenção de tomarem o poder, realizaram uma invasão a Portugal para impedir que o Mestre de Avis, que viria a ser D. João I, fosse o sucessor do rei Dom Fernando, que teve uma morte prematura e não deixou um herdeiro para o trono.
O reino invasor, desejando conquistar Portugal, já tinha atravessado a fronteira quando Dom João I implorou a proteção da Virgem Maria e prometeu construir um imponente templo em homenagem a Ela, caso os portugueses obtivessem sucesso na batalha. Nossa Senhora atendeu aos seus pedidos e Portugal foi salvo. Dom João I, demonstrando gratidão, mandou que todas as catedrais de Portugal fossem consagradas a Nossa Senhora da Assunção, ordenando também que fosse construído o convento da Batalha.
DEVOÇÃO NO BRASIL
No Brasil, as cidades de Cabo Frio – RJ e Fortaleza – CE, contam com paróquias construídas em honra a Nossa Senhora da Assunção. Ambas proclamam e evangelizam a devoção mariana.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA
“Ó dulcíssima soberana, rainha dos Anjos, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e, no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para conosco. Do alto desse trono em que reinais sobre todos os anjos e santos, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos; vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos até o fim de nossa vida. Pelos merecimentos de vossa bendita morte, obtende-nos o aumento da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, para que possamos, um dia, ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes, para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no céu. Assim seja!”
Fonte: Cruz Terra Santa e Canção Nova
