Aumenta-nos a fé” (Lc 17, 50)
Assim os Apóstolos pediam ao Salvador que multiplicasse neles a fé, entendendo que a fé é uma graça, um dom da Divina misericórdia, da qual por si mesmos não eram dignos, e por isso humildemente pediam esse dom como o máximo benefício. O Salvador respondeu: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Arranca-te e replanta-te no mar, e ela vos obedeceria” (Lc 17, 6). Aqui Cristo fala do poder da fé, a fim de estimular os discípulos a ansiarem por ela e a pedirem.

(…) A fé significa reconhecer como verdade o que Deus nos revelou e pela Igreja forneceu para a nossa crença; ela é uma homenagem que a nossa razão presta sem restrições à veracidade de Deus. (…) “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14, 6). Aceitando esse testemunho de Cristo e submetendo a nossa razão às Suas palavras, praticamos um ato de fé, que, quando frequentemente repetido, molda o espírito de fé. Para nascer de Deus e ser filho de Deus, é preciso crer em Cristo e aceitá-Lo. (…) A fé eleva a alma acima do de todo o mundo natural e nos dá a vitória sobre o mundo, introduzindo-nos numa esfera que os olhos do mundo não atingem. “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3, 3).

(…) A vida da graça alcançada no batismo é uma semente da qual deve brotar a santidade do cristão, visto que a fé é o fundamento e a raiz. Da mesma forma que a árvore retira a sua força das raízes, a vida do cristão a retira da fé: ela é a condição indispensável de toda vida, de todo progresso espiritual e do ápice da perfeição. (…) Quando vivemos pela fé, quando ela é a raiz e a fonte de toda a nossa atividade, a nossa vida adquire força e estabilidade, apesar das dificuldades de fora e de dentro, apesar das trevas, das adversidades e das tentações. Porque então avaliamos tudo como Deus avalia, participamos da imutabilidade − da constância de Deus.

Desenvolvamos e fortaleçamos a fé através de atos adequados, não somente durante os exercícios espirituais, mas também durante as tarefas comuns. Olhemos para tudo com o olhar da fé, e evitaremos a trivialidade, que é um dos maiores perigos na nossa vida. Penetremos com a fé as nossas mínimas ações, todos os dias, do amanhecer até a noite e, quanto mais progredirmos na fé, quanto mais forte, mais fervorosa e mais ativa ela for, tanto mais se multiplicará a nossa alegria e a paz, porquanto, diante da ampliação dos novos horizontes, vai se fortalecer a nossa esperança e aumentar o nosso amor a Deus e ao semelhante.

 


 

Trecho do Diário do Pe. Miguel Sopoćko

Edição do texto − Urszula Grzegorczyk
Consultoria − Irmã Maria Kalinowska, Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso


 

Conheça também

 

A misericórdia de Deus em suas obras – Produzido pela Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba-PR.