A Igreja celebra no próximo dia 20, quinta-feira, a solenidade de Corpus Christi

O sacramento da Eucaristia não só é o maior dos sacramentos, como constitui a razão de ser da própria Igreja. Afinal, é a comunhão do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor que nos incorpora cada vez mais ao Seu Corpo Místico.

Enquanto a celebração in coena Domini, na Quinta-Feira Santa, é dedicada à instituição deste sacramento, a solenidade de Corpus Christi, que estamos a celebrar, dá ênfase, sobretudo, à presença real de Nosso Senhor na Eucaristia.

As procissões solenes com Jesus sacramentado pelas ruas das cidades do mundo expõem publicamente a fé dos católicos na Eucaristia. No entanto, é inquestionável a sua necessidade também hoje, em face de tantos teólogos modernistas que ainda combatem a presença real e substancial de Nosso Senhor no sacramento eucarístico.

A presença de Jesus na Eucaristia não é apenas estática – para que O adoremos –, como para que d’Ele comunguemos. Assim, na procissão com o Santíssimo, Cristo estará na custódia, mas também em nossos corações, tornados como que “ostensórios vivos”.

Na verdade, somos muito mais que os ostensórios porque, quando Jesus está presente na Eucaristia, não comunica nenhuma santidade aos objetos com os quais entra em contato. Nós, por outro lado, quando recebemos a comunhão, estamos realizando o ato mais santificador da nossa vida espiritual.

Comunhão

Por isso, ao comungarmos, devemos nos preocupar não somente com as disposições mínimas para receber a Eucaristia, mas também em aumentar a eficácia de Sua ação em nossa alma. Para tanto, é preciso que nos aproximemos de Jesus sacramentado com amor, um amor que anseia pela presença do Amado. Os grandes santos, como Santa Teresa de Ávila, tinham uma verdadeira sede de Nosso Senhor na Eucaristia e passavam por enormes sofrimentos quando, por obediência, se tinham de afastar desse divino manjar.

Para preparar a nossa comunhão na Missa, é importante visitar Jesus no sacrário, senão física, ao menos espiritualmente, a fim de dizer-Lhe o quanto gostaria de recebê-Lo. Essa prática é muito importante para quem está em estado de amizade com Deus e é reconhecida pelo Concílio de Trento, que elenca três modos de comungar Nosso Senhor:

“Alguns só o recebem sacramentalmente: são os pecadores; outros só espiritualmente: são aqueles que, comendo em desejo aquele pão celeste que lhes é oferecido, com a fé viva “que opera pelo amor” [Gl 5, 6], sentem seu fruto e utilidade; outros ainda recebem-no ao mesmo tempo sacramental e espiritualmente: são os que se examinam e preparam de tal modo que, vestidos com a veste nupcial [cf. Mt 22, 11ss], se aproximam desta mesa divina.” [1]

Celebrar Corpus Christi é recordar a presença santificadora de Cristo, para cuja recepção devemos nos preparar com muito cuidado. Afinal, é muitíssimo grave que recebamos a santíssima Eucaristia de forma displicente e negligente. Não se está nem a falar da comunhão em estado de pecado – o que é um sacrilégio –, mas de recebê-la de modo frouxo, laxo e tíbio, sem ganhar os frutos deste sacramento.

Para recebê-Lo digna e eficazmente, é necessário que nos exercitemos no amor, pedindo-Lhe uma fome cada vez maior de Sua presença. Assim, receberemos de Deus as graças para elevar o nosso coração.

 


Referências

  1. 13ª Sessão: Decreto sobre o sacramento da Eucaristia, 11 out. 1551: DS 1648

 

Fonte: Divine Mercy