A humildade é o fundamento da unidade e do amor no matrimônio e na família, assim como de todo amor desinteressado na sociedade.
Sem humildade não existe amor genuíno, porque o amor é sempre humilde. Humildade significa vida na verdade, é a consciência de que tudo o que é bom vem de Deus.
Escola de humildade
Os pais devem aprender todos os dias a viver na humildade. Através de uma catequese discreta e exemplos concretos podem apresentar às crianças o que é a humildade é como é importante na vida pessoal e familiar.
A maneira mais eficaz para ensinar as crianças sobre a humildade é, pois, o testemunho de vida de ambos os pais.
As crianças se sentem particularmente ameaçadas quando os pais discutem e não vivem em harmonia. Sofrem muito se precisam esperar um longo tempo pela reconciliação da mãe e do pai.
O amor mútuo dos pais, que se expressa também no perdão das culpas e na reconciliação – e não nas condições materiais – tem um papel decisivo na criação dos filhos.
Se os pais vivem em estado de graça santificante, participar dos sacramentos, rezam e mutuamente se respeitam e se amam, então são capazes de se perdoar e mesmo superar eficazmente quaisquer mal-entendidos e conflitos. Felizes são as crianças que têm pais assim.
O amor mútuo dos pais como um reflexo do amor de Deus é o maior tesouro que eles podem oferecer aos seus filhos.
A atitude da mãe e do pai que se doam no amor que tudo perdoa, que “não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho; nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor”(1 Cor 13, 4-5), permite que as crianças cresçam em direção a um amor maduro, que perdoa e vence o mal com o bem.
Dolorosa estrada de amadurecimento
Em nosso matrimônio, muitas vezes vivenciamos situações em que o orgulho de um de nós impiedosamente entrou em confronto com o orgulho do outro.
Muitas vezes brigamos, mútuamente nos ferimos. Esquecemo-nos da presença de Cristo em nosso matrimônio e Seu desejo de que nos amemos mutuamente, oferecendo um ao outro o Seu amor e perdão.
Houveram inúmeras situações de crise. Situações que aconteciam devido à negligência do diálogo no matrimônio. As dificuldades nos ultrapassavam. Aconteceu que um de nós tenha expressado sua raiva despedaçando um prato no chão, e outro arrebentando a porta.
A experiência da impotência e do colapso nos forçava a nos manter na verdade e apresentar na oração o nosso problema para Cristo e Maria.
Então, sempre graças à intervenção de Deus, vivenciávamos o completo abrandar das emoções e a superação do conflito.
Muitas vezes experimentamos uma espécie de milagre moral. No espírito de fé sentiamos que era a Mãe de Deus quem assumia a iniciativa e tomava a causa em suas próprias mãos. Ensinava-nos o perdão total, que lança fora os pensamentos maus, de tristeza e de raiva.
De forma tangível experimentávamos como o perdão mútuo abre as portas dos nossos corações ao amor de Cristo presente no sacramento do matrimônio. Entendiamos que a capacidade de perdão incondicional é uma expressão concreta da humildade que nos capacita ao amor mútuo.
Xavier e Hania Bordas
Ed. 47 – Revista Divina Misericórdia