Quem reconhece a Divina Misericórdia recebe o amor misericordioso de Deus e faz com gratidão e alegria as obras de misericórdia – tanto espirituais quanto corporais. Ações que não estão de acordo com as orientações de Jesus misericordioso, com uma vida santa, de amor, de ajuda aos doentes e sofredores.
Você está nessa lista ou pertence ao grupo que não reconhece a Divina Misericórdia? É sobre as atitudes de quem não reconhece a Divina Misericórdia que vamos falar neste texto. Ações de quem não reconhece que Deus é misericórdia.
Atitudes de quem não reconhece a Divina Misericórdia:
1) Não amar o próximo
A falta de amor ao próximo lidera o ranking das atitudes de quem não reconhece a Divina Misericórdia, pois aquele que ama é capaz de reconhecer que Deus é misericórdia.
Na encíclica Dives in Misercórdia, o Papa João Paulo II é enfático: “O homem alcança o amor misericordioso de Deus e a sua misericórdia, na medida em que ele próprio se transforma interiormente, segundo o espírito de amor para com o próximo”.
2) Não julgar o irmão
“Antes de julgar os outros, devemos olhar no espelho para ver como somos”, ensina o Papa Francisco.
Para o pontífice, não devemosjulgar os outros. “O juízo é só de Deus, somente d’Ele! A nós o amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas, mas também falar com eles: ‘Mas, olha, eu vejo isso, talvez …’ Mas jamais julgar. Nunca. E isso é hipocrisia, se nós julgamos.”
3) Não praticar a caridade
Você não pratica o bem, só pensa em você mesmo, irrita os outros, guarda rancor, não demonstra amor ao próximo, nega ajuda e ouvidos àqueles que necessitam. Se você é um desses, então é preciso rever seus pensamentos e fazer justamente o contrário. Você precisa praticar a caridade.
Na Bíblia, São Paulo traçou um quadro incomparável da caridade: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13,4-7).
4) Não confessar-se
Se você não procura a Igreja para pedir perdão pelos seus pecados, então você não se confessa. A confissão é uma atitude de humildade e de sinceridade do pecador diante do padre.
Papa Francisco convida todos a se confessar, porque o perdão dos pecados não é fruto de nossos esforços, mas “dom do Espírito Santo, que nos cura e não é algo que possamos dar-nos a nós”. A confissão nos faz exercitar as virtudes fundamentais da vida cristã.
5) Não participar da Missa
Não ir à Missa é uma das formas de não reconhecer a Divina Misericórdia. Há quem, inclusive, transforme a Missa em um evento social e fica longe da memória da Igreja, “que é a presença do Senhor diante de nós”, frisa o Santo Padre.
6) Negar acolhida ao estrangeiro
Não feche as portas, negando acolhida ao estrangeiro, não os exclua. Saiba que a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, assim como devem estar as portas das igrejas, paróquias e dioceses.
Francisco afirma que a comunidade cristã é a casa daqueles que acreditam em Jesus como a fonte da fraternidade entre todos os homens. “Todos devemos ser conscientes de que a fé cristã se joga no campo aberto da vida compartilhada com todos, a família e a paróquia devem cumprir o milagre de uma vida mais comunitária para toda a sociedade”.
7) Dar conselhos errados
Quem reconhece a Divina Misericórdia não dá conselhos errados, não oferece o mal aos outros. Dar bons conselhos é um dom do Espírito Santo.
“Sabemos quanto é importante, nos momentos mais delicados, poder contar com sugestões de pessoas sábias e que nos querem bem”, orienta Francisco, ressaltando que, através do dom do conselho, é o próprio Deus, com o seu Espírito, que ilumina o nosso coração, de forma a nos fazer compreender o modo correto de falar e de se comportar e o caminho a seguir.
8) Negar ajuda aos doentes
Você nega ajuda aos doentes e diz que reconhece a Divina Misericórdia? Saiba que você está errado. Quem reconhece que Deus é misericórdia oferece apoio aos enfermos.
Um exemplo de dedicação aos doentes é a agora Santa Teresa de Calcutá, mais conhecida como Madre Teresa de Calcutá. Ela percorreu bairros podres da Índia, visitou famílias, lavou as feridas das crianças e ajudou os necessitados, entre eles os leprosos e os chamados “intocáveis”, a casta hindu mais baixa – origem de parte do povo indiano.
9) Negar comida a quem tem fome e bebida a quem tem sede
Você não reconhece a Divina Misericórdia quando nega comida a quem tem fome e bebida a quem tem sede. A Igreja nos ensina a dar de comer e de beber com a inspiração em tantos santos e santas que fizeram isso de modo exemplar.
Na Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco afirma que se “repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na escuridão, e as tuas trevas tornar-se-ão como o meio-dia”. “O Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis” (58, 6-11).
10) Não confiar em Deus
Você não confia em Deus? Saiba que o amor de Deus não tem limites. Se tens o desejo de reconhecer que Deus é misericórdia, então, comece por acreditar nele, em suas palavras, em seus escritos.
Papa Bento XVI orienta que todo cristão deve se diferenciar sempre pela total e absoluta confiança em Deus. “Quem acredita em Deus, Pai cheio de amor pelos seus filhos, coloca em primeiro lugar a procura pelo Reino, pela sua vontade. E isto é exatamente o contrário de um ingênuo conformismo. A fé na providência, de fato, não dispensa a fadigosa luta por uma vida digna, mas liberta da ansiedade pelas coisas e do medo do amanhã”.
Portanto, quem experimenta a misericórdia divina não desperdiça as ocasiões – proporcionadas pelo próprio Deus – de compartilhar essa misericórdia com os outros. A autenticidade de nossa fé e o caminho pelo qual entramos cada vez mais no coração do Evangelho está em reconhecer a Divina Misericórdia.
Até a próxima!