Corre o barco da minha vida
entre as brumas e sombras da noite,
e não vejo margem alguma:
encontro-me à mercê do mar profundo.

A menor tempestade pode me afundar,
mergulhando o meu barco no torvelinho das águas,
se Vós mesmo não velásseis por mim, ó Deus,
em cada instante de minha vida, em cada momento.

Entre o rumoroso estrondo das ondas
navego tranquila, com confiança,
e olho para o longe sem temor, como uma criança,
porque Vós, ó Jesus, sois minha luz.

Tudo em torno é terror e o medo,
mas a paz da minha alma é mais profunda que o mar,
porque aquele que está Convosco, Senhor, não perece,
disso me certifica Vosso amor divino.

Embora haja muitos perigos em volta,
não os temo, porque olho para o céu estrelado
e navego com coragem e alegria,
como convém a um coração puro.

Mas, sobretudo, unicamente porque
sois Vós, ó Deus, o meu timoneiro,
o barco da minha vida navega assim serenamente
— reconheço-o na mais profunda humildade.

Meu Deus, amo-Vos.

 

Diário de Santa Faustina, 1322

Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba-PR