Testemunha da Misericórdia de Deus, Santa Faustina, a humilde religiosa polonesa, entregou-se sem reservas à missão que Jesus tinha lhe confiado. Imensamente agradecida por professar os seus votos perpétuos, a Irmã rezou, e ouviu do Senhor as palavras: Minha filha, o teu coração é o céu para Mim.
Em maio de 1933 Faustina deu início ao retiro de oito dias que lhe preparou para os votos perpétuos. Num dos dias do retiro ela fez um propósito que buscou seguir com firmeza até o fim de sua vida:
“Sofrer — sem se queixar, consolar os outros e esconder os próprios sofrimentos no Sacratíssimo Coração de Jesus. Todos os momentos livres de obrigações, passarei aos pés do Santíssimo Sacramento. Aos pés do Senhor, buscarei luz, consolo e força. Incessantemente demonstrarei a Deus minha gratidão pela Sua grande misericórdia para comigo, nunca me esquecendo dos benefícios que Ele me concedeu, especialmente a graça da vocação. Vou esconder-me entre as irmãs como uma pequenina violeta entre os lírios. Quero florescer para o meu Criador e Senhor, esquecer-me de mim mesma, aniquilar-me totalmente em benefício das almas imortais — essa é a minha delícia. Em meio às provações, procurarei enxergar a amorosa Mão de Deus” (Diário, 224 e 227).
Irmã Faustina seguia em retiro até que chegou o momento da confissão. Quando estava se preparando, ouviu de Jesus: “Minha filha, conta-lhe tudo e desvenda tua alma diante dele, como o fazes diante de Mim. Nada receies; para a tua tranquilidade, coloco esse sacerdote entre Mim e a tua alma, e as palavras que ele te disser — são Minhas. Desvenda diante dele as coisas mais ocultas que tens na alma” (Diário, 232). Essa confissão foi uma verdadeira bênção para Faustina. Quem lhe ouviu foi o Frei José Andrasz. Recordando esse momento, ela anotou em seu Diário:
“Quando me aproximei do confessionário, senti na alma tamanha facilidade de falar de tudo que eu própria me admirei depois. As respostas do sacerdote trouxeram uma profunda paz à minha alma. As suas palavras foram, são e serão para sempre colunas de fogo que iluminaram e iluminarão minha alma na busca de uma mais alta santidade. (…) Terminada a confissão, o meu espírito mergulhou em Deus e permaneci três horas em oração, embora me tivessem parecido apenas alguns minutos. E desde então deixei de pôr obstáculos à graça que age na minha alma” (Diário, 234 e 233).
Tempos depois Irmã Faustina fez a Deus o oferecimento de si mesma pela conversão dos pecadores, de maneira especial por aqueles que perderam a confiança na Misericórdia Divina. Esse oferecimento tornou-se cotidiano em sua vida, e sempre que o renovava, dizia uma oração que o próprio Jesus havia lhe ensinado: “Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” (Diário 309).
Trecho extraído do livro Fátima e a Divina Misericórdia –
Um mistério em comum para os nossos dias, página 72.