FAMILIA

Madre Teresa de Calcutá foi, por muitos anos, uma pedra no sapato dos defensores da contracepção. Isso porque a missionária, em todas as suas viagens, não deixava de repetir o seu mantra às autoridades civis e à população em geral: “Não ao aborto, não aos contraceptivos”. Madre Teresa defendia esses princípios não porque fosse uma fanática religiosa ou coisa parecida, mas porque estava convencida da verdade acerca do matrimônio e, sobretudo, da maternidade. Não se pode negar que a criação dos filhos seja difícil — e ninguém melhor que Madre Teresa entendeu isso, visto que diariamente se dedicava às crianças de seu orfanato; por outro lado, a família existe justamente para que o homem e a mulher cresçam no amor e aprendam a virtude da abnegação, coisa, aliás, muito em falta na sociedade de hoje, que prefere descartar o próximo a sacrificar-se por ele.

Não é por acaso que o atual crescimento da violência e da corrupção esteja acompanhado de um declínio acentuado na vida familiar. A família precisa ser a escola da santidade. Porém, quando essa concepção se perde, o que resta são os traumas e os rancores.

A Igreja entende — e aceita — que, em alguns casos, e por razões realmente graves, os casais estabeleçam um espaçamento maior entre a geração de filhos, desde que se recorra a métodos honestos e abertos à vida, como a abstinência conjugal e o conhecido Método de Ovulação Billings. Trata-se da autêntica “paternidade responsável”, como dizia Paulo VI (cf. Humanae Vitae, n. 7-10). Mas, ao mesmo tempo, é sempre dever dela recordar as famílias sobre a generosidade na correspondência à própria vocação. Os filhos, se acolhidos com visão sobrenatural, são sempre uma bênção.

Fonte: Padre Paulo Ricardo