Neste dia 18 de março, celebra-se a memória de São Cirilo de Jerusalém
Desde os tempos apostólicos a heresia infiltrara-se na Igreja, mas não provocara ainda nas comunidades eclesiais as profundas divisões que produziram o arianismo e o nestorianismo nos séculos IV e V. Mas se por um lado essas heresias diminuíam a evangelização dos pagãos, por outro lado suscitavam grandes figuras de pastores, teólogos, pregadores, de escritores com suas obras monumentais, catequese sistemática, homilias e sermões, tudo isso conseguiu dar exposição clara da doutrina cristã. Então os próprios intelectuais pagãos podiam ter explicações racionais da religião. Através da defesa da ortodoxia o povo cristão vivia fé consciente. São Cirilo foi uma dessas grandes figuras. Regeu a diocese de Jerusalém de 350 até à morte, 386.
Cirilo nasceu em 315 de pais cristãos. No começo da sua carreira teológica quase se comprometeu com os semiarianos, mas logo aderiu à doutrina ortodoxa (do concílio de Niceia). Por isso foi três vezes mandado ao exílio pelos imperadores Constâncio e Valente. O primeiro concílio ecumênico de Constantinopla, do qual participou, reconheceu a legitimidade do seu episcopado.
Dado que no começo foi titubeante seu pensamento teológico, atrasou sua canonização. Sua festa foi instituída somente em 1882. O título de doutor da Igreja, conferido por Leão XIII, foi graças às 24 catequeses que escreveu para os catecúmenos da sua diocese. Das primeiras 19, treze são dedicadas à exposição geral da doutrina e cinco, ditas mistagógicas, referem-se ao comentário dos ritos dos sacramentos de iniciação. As Catequeses de são Cirilo chegaram até nós graças a estenógrafo em sua simplicidade íntegra com que o santo se comunicava com a comunidade cristã da época; nas três igrejas de Jerusalém, segundo o pregador, não simplesmente se ouve, mas se vê e se toca.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini – Paulus.