O papa Francisco beatificou hoje, 4 de setembro, seu antecessor João Paulo I, conhecido como “o papa do sorriso”.

A cerimônia aconteceu debaixo de chuva na praça de São Pedro, no Vaticano, com a participação de milhares de pessoas de diferentes partes do mundo.

Como é tradição, o rito da beatificação foi no começo da missa.

O bispo de Belluno – Feltre, dom Renato Marangoni, junto com o postulador da causa, cardeal Beniamino Stella, pediram ao papa Francisco que beatificasse o servo de Deus João Paulo I.

O cardeal Stella leu uma breve biografia de Albino Luciani acompanhado pela vice-postuladora, Stefania Falasca.

Ao final da leitura dos dados biográficos, o papa Francisco declarou beato João Paulo I.

Depois, foi revelado um grande retrato do novo beato colocado na fachada da Basílica de São Pedro, enquanto os presentes aplaudiam e o coro cantava o Aleluia.

O papa Francisco recebeu uma relíquia de João Paulo I que foi colocada ao lado do Altar. Trata-se de um escrito de Albino Luciani de 1956 com “um esquema de reflexão espiritual sobre as três virtudes teologais – fé, esperança e caridade – que recorda o Magistério das Audiências Gerais de 13, 20 e 27 de setembro de 1978”, disse a postulação da causa.

A relíquia foi entregue ao papa por familiares de Albino Luciani, por duas freiras que moraram com ele durante seu breve pontificado e pelo padre argentino José Dabusti, testemunha do milagre ocorrido em Buenos Aires por intercessão de João Paulo I .

Albino Luciani nasceu em 17 de outubro de 1912 na cidade de Canale d’Agordo, na Itália. Foi batizado no mesmo dia por uma senhora chamada Maria Fiocco, ante “o perigo iminente de morte”, diz o site da Santa Sé.

O pontificado de João Paulo I começou em 3 de setembro de 1978 e durou apenas 33 dias, um dos mais curtos da história da Igreja. Ele morreu em 28 de setembro de 1978 no Palácio Apostólico do Vaticano.

João Paulo I foi eleito sucessor de são Paulo VI em 26 de agosto de 1978.

Seu nome reúne os de seus dois antecessores imediatos. João por causa de são João XXIII, e Paulo por causa de são Paulo VI; como forma de homenagear os dois papas que lideraram o Concílio Vaticano II, o evento mais importante da Igreja no século XX.

Luciani entrou no seminário menor de Feltre, Itália, em outubro de 1923 e, em outubro de 1928, ingressou no seminário gregoriano em Belluno.

Com 22 anos, Luciani foi ordenado sacerdote em 7 de julho de 1935. Depois, ele estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde defendeu a tese A origem da alma humana segundo Antonio Rosmini.

Em 15 de dezembro de 1958, o então papa são João XXIII nomeou-o bispo de Vittorio Veneto, e o consagrou em 27 de dezembro, na Basílica de São Pedro.

Em 1º de fevereiro de 1970, são Paulo VI nomeou Luciani patriarca de Veneza. Três anos depois, em 5 de março de 1973, foi criado cardeal.

Participou do primeiro conclave de 1978 no qual foi eleito em 26 de agosto.

Em 28 de setembro, ele morreu de ataque cardíaco no Palácio Apostólico do Vaticano.

Seus restos mortais foram enterrados nas Grutas do Vaticano em 4 de outubro de 1978. A causa de canonização foi aberta na diocese de Belluno-Feltre em 23 de novembro de 2003 e concluída em 9 de novembro de 2017 com o decreto de proclamação das virtudes heroicas.

Em 13 de outubro de 2021, foi publicado o decreto com o qual o papa Francisco reconheceu o milagre atribuído à intercessão de João Paulo I em favor de uma menina da arquidiocese de Buenos Aires que estava prestes a morrer de uma doença cerebral.

fonte: ACIDigital