Há 52 anos, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Ramón José Castellano, emérito do Córdoba, Argentina.
Em 13 de dezembro de 1969, Bergoglio iniciou seu ministério vivido sob o sinal da misericórdia, da alegria do Evangelho e do desígnio de Deus. São os instrumentos indicados por Francisco para viver melhor o seu ministério: misericórdia, sonho, sorriso e gratidão.
A sua vocação nasceu aos 17 anos, durante uma confissão com um sacerdote que o futuro Pontífice nem conhecia.
Era 21 de setembro de 1953, memória litúrgica de São Mateus, o apóstolo convertido por Jesus, e no ato penitencial o jovem Bergoglio experimentou a misericórdia de Deus.
“Depois da confissão”, disse Francisco, “senti que algo mudou. Eu não era o mesmo. Tinha ouvido como uma voz, um chamado: estava convencido de que devia ser sacerdote”, afirmou o Pontífice em 18 de maio de 2013, na Vigília de Pentecostes.
Não é de surpreender que seu lema episcopal e depois pontifício seja precisamente “Miserando atque eligendo” (“Olhou para ele com misericórdia e o escolheu”), ou seja, um trecho de uma homilia de São Beda, o Venerável, que comenta o episódio evangélico da vocação de São Mateus.
Oração, Palavra e Pão
Francisco nunca foi desligado dos fiéis, sempre se mostrou uma pessoa despojada de si mesmo e alheia às “ideias pré-constituídas”, o sacerdote é “um homem de Deus 24 horas por dia, não um homem do sagrado quando usa os paramentos”.
Para o Papa “a liturgia deve ser vida, não permanecer rito”. Por isso, é fundamental rezar a Ele de quem falamos, alimentar-nos da Palavra que pregamos, adorar o Pão que consagramos, e fazê-lo todos os dias. Oração, Palavra e Pão, essenciais para cada sacerdote todos os dias, essenciais para todos os consagrados e consagradas todos os dias – afirmou em setembro de 2018, durante o encontro com o clero, em Palermo, na Itália.
O apostolado do “ouvido” e a cura das feridas
O apelo à misericórdia, tema também de um Jubileu especial vivido entre 2015 e 2016, ressoa frequentemente nos discursos de Francisco e nas suas exortações aos sacerdotes:
“O sacerdote é um homem de misericórdia e compaixão, próximo do seu povo e servidor de todos”.
“Quem está ferido na própria vida, de qualquer forma, pode encontrar nele atenção e escuta (…) São tantos os feridos, por problemas materiais, por escândalos, até na Igreja. Pessoas feridas pelas ilusões do mundo… Nós, padres, devemos estar ali, perto dessas pessoas. Misericórdia significa curar feridas”, disse o Papa.
Os sacerdotes devem dispensar a misericórdia de Deus, sobretudo no confessionário. Por isso, o Papa exortou os confessores a exercerem “o apostolado do ouvido”, não a estarem “com o chicote na mão”, mas a “receber, ouvir e dizer que Deus é bom e que Deus sempre perdoa, que Deus nunca se cansa de perdoar” (Angelus, 14 de fevereiro de 2021).
Fonte: Vatican News