O Papa Francisco publicou uma mensagem em ocasião do 29°Dia Mundial dos Doentes, nesta terça-feira (11). O texto tem como tema “A relação de confiança, na base do cuidado dos doentes”. O Pontífice expressou sua atenção às pessoas marginalizadas, pobres e os fragilizados com a pandemia da covid-19. O Santo Padre destaca um trecho evangélico em que Jesus critica aqueles que dizem muito, porém não têm atitudes evangélicas. “Quando a fé fica reduzida aos exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro, então falha a coerência entre o credo professado e a vida real”. O Papa ressalta que ninguém está imune ao mal da hipocrisia, cujo objetivo é impedir a vivência da fraternidade com os irmãos. Jesus apresenta um comportamento oposto à hipocrisia.
Segundo o Pontífice, a experiência da doença faz com que se tenha a experiência da vulnerabilidade. “Quando estamos doentes, de fato, a incerteza, medo, às vezes desânimo permeiam a mente e o coração; estamos em uma situação de impotência, pois nossa saúde não depende de nossas habilidades ou do nosso ‘descuido’”, afirma o Santo Padre. Na doença, de acordo com o Papa, obriga-se a questionar sobre o sentido da vida. Dessa forma, o fiel se dirige a Deus. Na doença, “procura-se um significado novo e uma direção nova para a existência e, por vezes, pode não encontrar imediatamente uma resposta”.
O Papa fala que toda doença tem um rosto, “tem a cara de toda pessoa doente, mesmo aqueles que se sentem ignorados, excluídos, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais”. O Pontífice diz que a pandemia do coronavírus mostrou as inadequações dos sistemas de saúde. Segundo o Santo Padre, os idosos e os mais vulneráveis nem sempre têm acesso a hospitais para o cuidado. “Isso depende das escolhas políticas, da forma como os recursos são administrados e do comprometimento daqueles em cargos de responsabilidade. Investir recursos no cuidado e no cuidado de pessoas doentes é uma prioridade ligada ao princípio de que a saúde é um bem comum primário”. Mesmo com as dificuldades, o Papa destaca que a pandemia revelou a dedicação e generosidade dos profissionais de saúde, dos voluntários, trabalhadores, padres e religiosos. “Uma série silenciosa de homens e mulheres que escolheram olhar para esses rostos, cuidando das feridas dos pacientes que se sentiam próximos em virtude de seu pertencimento comum à família humana”. O Pontífice salienta que a proximidade é um bálsamo precioso que dá apoio e consolo àqueles que sofrem.
“Vivemos essa proximidade, assim como pessoalmente, de forma comunitária: na verdade, o amor fraterno em Cristo gera uma comunidade capaz de curar, que não abandona ninguém, o que inclui e acolhe acima de tudo o mais frágil“
Papa Francisco
De acordo com o Santo Padre, “é precisamente essa relação com a pessoa doente que encontra uma fonte inesgotável de motivação e força na caridade de Cristo, como demonstrado pela testemunha de mil anos de homens e mulheres que se santificaram em servir os doentes”. O Pontífice evidencia que no Evangelho, as curas feitas por Jesus nunca foram gestos mágicos, mas um profundo encontro, “oferecido por Jesus, corresponde à fé daqueles que o acolhem, como resume a palavra que Jesus muitas vezes repete: ‘Sua fé te salvou’”. O Santo Padre fala que o mandamento do amor, que Jesus falou, também é direcionado na relação com os doentes. “Uma sociedade é ainda mais humana quanto mais sabe cuidar de seus membros frágeis e sofridos, e sabe como fazê-la eficientemente animada pelo amor fraterno. Estamos buscando esse objetivo e garantir que ninguém fique sozinho, que ninguém se sinta excluído e abandonado”, finaliza o Papa abençoando e rezando por todos os doentes e profissionais de saúde.
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