“Que o Senhor nos ensine a nunca amaldiçoar, mas a abençoar” reza o Pontífice no final da reflexão. O Papa Francisco continuou o ciclo de catequeses sobre a oração na manhã desta quarta-feira (02), na Biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano. O tema central da meditação foi “A Benção” com a leitura de Efésios 1,3-6.
O Santo Padre começa a reflexão dizendo que nas histórias da criação, em Gênesis 1-2, Deus sempre abençoou a vida, os animais, o homem e a mulher. Nos primeiros capítulos da Bíblia, Deus constantemente dá bençãos. “Deus abençoa, mas os homens também abençoam, e logo se descobre que a bênção possui uma força especial, que acompanha a pessoa que a recebe ao longo de sua vida, e dispõe o coração do homem para se deixar mudar por Deus (Concílio Ecumênico Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium , 61)” reflete o Papa. O Pontífice afirma que nada pode apagar a marca da bondade de Deus e o fato da criação ser abençoada. “A esperança do mundo está completamente na bênção de Deus: Ele continua ame-nos, primeiro ele, como diz o poeta Péguy, continuo a esperar pelo nosso bem”.
O Santo Padre destaca que a grande benção de Deus é Jesus Cristo, Ele é uma benção para toda a humanidade, pois salvou a todos. “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais do céu em Cristo. Nele nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados diante dele na caridade, predestinando-nos a sermos filhos adotivos por ele por meio de Jesus Cristo, segundo o desígnio de amor de sua vontade, para louvar o esplendor de sua graça. , do qual ele nos gratificou no Filho amado “( Ef 1.3-6).
O Papa cita São Paulo na carta aos Efésios evidenciando que nenhum pecado pode apagar completamente a imagem de Cristo presente em cada pessoa. “Pode desfigurá-lo, mas não pode tirá-lo da misericórdia de Deus”. O Pontífice fala que um pecador pode permanecer por um longo tempo com os mesmos erros. Porém, Deus é paciente e espera até o fim, aguarda o coração para que se abra e mude. Segundo o Papa, Deus é como um bom pai e uma boa mãe. O Santo Padre recorda as mães que fazem fila para ver o filho na prisão e mesmo assim, elas não sentem vergonha. “Portanto, somos mais importantes para Deus do que todos os pecados que podemos cometer, porque Ele é pai, ele é mãe, ele é puro amor, Ele nos abençoou para sempre. E isso nunca vai parar de nos abençoar” evidencia o Papa Francisco.
O Pontífice dá o exemplo de como Jesus fez com Zaqueu (Lc 19,1-10). Todas as pessoas viram o mal nele, mas Jesus “vê um lampejo de bem nisso”. Jesus viu a benção do Pai em Zaqueu e teve compaixão do pecador. Essa compaixão ajuda Zaqueu a mudar o coração.
O Papa convida aos fiéis a abençoarem. De acordo com o catecismo da Igreja Católica, “a oração de bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: visto que Deus abençoa, o coração do homem pode responder abençoando Aquele que é a fonte de toda a bênção” (n. 2626). O Santo Padre afirma que a oração é alegria e gratidão. Ele destaca que os fiéis devem abençoar tudo e todas as pessoas. “Se todos nós fizéssemos isso, as guerras certamente não existiriam” reflete o Pontífice.
“Este mundo precisa de bênção e podemos dar a bênção e receber a bênção. O Pai nos ama” sublinha o Papa. Durante a catequese, o Santo Padre comenta que muitas pessoas estão acostumadas a praguejar, com palavras feias e até de maldição. Dessa forma, ele recomenda pedir a Deus que mude esse hábito. “Que o Senhor nos ensine a nunca amaldiçoar, mas a abençoar” finaliza o Pontífice.
Após a catequese, o Papa dirigiu uma saudação aos fiéis da Nigéria. No último final de semana, no nordeste do país, mais de 100 agricultores foram assassinados. O Santo Padre rezou para que Deus acolha e conforte as famílias. Além de converter o coração daqueles que cometeram o crime.