O Tríduo Pascal é o período mais importante de todo o Ano Litúrgico: “(…) o sagrado Tríduo pascal da paixão, Morte e Ressurreição do Senhor resplandece como o ápice de todo o ano litúrgico”

Tudo o que celebramos na Igreja gira em torno daquilo que nestes dias fortes do Ano Litúrgico é celebrado e vivenciado pelos cristãos. Esse Tríduo começa com a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa, tem seu centro na Vigília Pascal, no Sábado Santo, encerrando-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição do Senhor.

Quinta-feira Santa – Missa “In Cena Domini”

“A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (MR, 247).

Nesta Missa celebram-se três acontecimentos muito importantes: a instituição da Eucaristia, a instituição do Sacerdócio Ministerial e o Mandamento do Amor².

Assim sendo, “a Igreja, dando início ao Tríduo pascal, tem o cuidado de fazer memória daquela última Ceia em que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e de vinho e as deu aos apóstolos como alimento e mandou aos seus sucessores no sacerdócio fazerem disso a oferta”³.

Amar como Jesus amou

A liturgia da Palavra leva à reflexão sobre o amor com que Jesus mesmo nos amou e a refletir como o amor tem sido vivido entre as pessoas, inclusive com aquele gesto do lava-pés, que significa serviço ao próximo. O lava-pés foi o gesto de serviço de Jesus aos seus Apóstolos – para que esses, e seus sucessores, depois fizessem a mesma coisa.

Por isso, sacerdócio ministerial (aquele dos Bispos e Padres) instituído pelo Senhor Jesus é vivência da prática do amor – como doação de serviço pelo rebanho do único Pastor. É de S. João Maria Vianney a célebre frase: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”.

A Eucaristia é o modo de como o Senhor Jesus pôde permanecer entre os seus, e que chega aos fiéis pela atuação do sacerdócio ministerial, fruto do amor do coração de Jesus.

Última Ceia

Nesta Missa “In Cena Domini” celebrada na tarde da Quinta-Feira Santa a Igreja inicia o Solene Tríduo Pascal e propõe comemorar aquela “Última Ceia” na qual o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e o seu Sangue sob as espécies do pão e do vinho, e os entregou aos Apóstolos para que os tomassem e mandou-lhes, a eles e aos seus sucessores no ministério apostólico sacerdotal, que continuassem oferecendo-os da mesma forma como ele fez (Cf. 1 Cor 11,24-25).

Reconhecendo ali a presença real do Cristo, somos capazes de cantar: “Tão sublime sacramento, adoremos neste altar”.

Nota:
1. IGMR, Normas Universais do ano Litúrgico e Calendário Romano, n.18.
2. Cerimonial dos Bispos, 297; CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO, Carta Circular sobre a preparação e celebração das festas pascais, 45.
3. AUGÉ, Matias, Quaresma – Páscoa – Pentecostes, Ave Maria, p.56; CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO, Carta Circular sobre a preparação e celebração das festas pascais, 44.

Fonte: Manual para a Semana Santa, Arquidiocese de Fortaleza.