O ano era 2000, um 30 de abril, o segundo Domingo de Páscoa, quando João Paulo II proclamou Santa a religiosa Faustina Kowalska, que havia sido beatificada por ele em 18 de abril de 1993. Seu processo de canonização perdurou vários anos, em 1965 iniciou a investigação das suas virtudes.

Aliás, você sabe a diferença entre beatificação e canonização?

Pois bem, é sempre uma dúvida a diferença entre os dois atos. A beatificação é a permissão de culto que atende o pedido de uma comunidade ou ordem religiosa, mas falta uma simbologia católica.

Já a canonização é uma prescrição de culto, tornando o beato (a) como santo ou santa. O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 828, explica que:

“Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores.”

Portanto, em 1993, Santa Faustina se tornou beata e somente em 2000 foi canonizada por seu conterrâneo João Paulo II. O Papa da Misericórdia seguiu a causa da Irmã Faustina, até ser proclamada beata, e mais tarde, ele mesmo a canonizou, pois ele sabia da sua missão de propagar a misericórdia a pedido de Jesus.

Domingo da Misericórdia

Em 30 de abril de 2000, o Papa João Paulo II também proclamou o Segundo Domingo de Páscoa como o ‘Domingo da Divina Misericórdia’, obedecendo, assim, a um pedido feito por Jesus à Irmã Faustina.

“Através do coração de Cristo crucificado, a Misericórdia Divina alcança os homens: “Minha filha, diga que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa”, disse Jesus à irmã Faustina (Diário, 374).”

O que levou à sua canonização?

O milagre que permitiu a sua canonização foi a cura do Padre Romualdo Pytel, que sofria de estenose aórtica, com insuficiência aórtica associada. O religioso foi curado, e seus médicos avaliaram que o fato era inexplicável, ou seja, um milagre. Conheça mais sobre a história aqui.

Você sabia que Santa Faustina previu a sua cerimônia de canonização em 1937?

Em sua visão, Santa Faustina descreveu a cerimônia de sua canonização e falou que seria visto ao mesmo tempo em Roma e em Cracóvia. O detalhe maior é que ela desconhecia detalhes sobre televisão e streaming. Veja que interessante:

 De repente, a presença de Deus me submergiu e me vi em Roma, na capela do Santo Padre, embora, ao mesmo tempo, eu me encontrasse na nossa capela. A solenidade do Santo Padre e de toda a Igreja estava estreitamente unida com a nossa e, de maneira especial, com a da nossa congregação. E eu participava, ao mesmo tempo, da solenidade em Roma e em nossa capela. Essa solenidade estava tão intimamente unida com Roma que, embora eu esteja escrevendo, não posso distingui-las, mas assim é, isto é assim eu vi. Eu vi, na nossa capela, Nosso Senhor exposto no ostensório no altar-mor. A capela estava solenemente enfeitada e, nesse dia, estava aberta a todos quantos quisessem entrar. A multidão era tão imensa que eu não podia abraçá-la com a vista. Todos participavam com grande alegria dessa solenidade, e muitas pessoas receberam o que pediram. A mesma solenidade se realizava em Roma, num belo Santuário, e o Santo Padre celebrava com todo o clero. De repente, vi São Pedro, que se colocou entre o altar e o Santo Padre. Eu não podia ouvir o que São Pedro dizia, mas percebi que o Santo Padre entendia as suas palavras… (…)

Em nossa capela, vi, de repente, como da Hóstia saíam dois raios, como estão pintados na Imagem, espalhando-se pelo mundo todo. Isso aconteceu num instante, mas era como se tivesse durado o dia todo. A nossa capela estava cheia de gente o dia inteiro, e todo esse dia era repleto de alegria.

E, de repente, vi Nosso Senhor vivo no nosso altar, tal como está pintado na Imagem. No entanto, eu sentia que as irmãs e todo o povo não viam a Nosso Senhor tal como eu. Jesus olhou com muita bondade e alegria para o Santo Padre, certos sacerdotes, todo o clero, o povo e a nossa congregação.

Nesse momento, fui arrebatada para perto de Jesus, coloquei-me no altar ao lado Dele, e o meu espírito ficou repleto de tanta felicidade que não tenho condições nem de a compreender, nem de a descrever. Uma profunda paz e um profundo descanso inundaram a minha alma. Jesus inclinou-se para mim e disse bondosamente: O que desejas, Minha filha? – E respondi: Desejo a glória e a honra da Vossa misericórdia. – Já estou recebendo a honra, pela instituição e celebração desta Festa. O que mais desejas? – E olhei para a grande multidão que prestava honra à misericórdia de Deus e disse ao Senhor: Jesus, abençoai a todos esses que estão reunidos para Vos honrar, para prestar honra à Vossa infinita misericórdia. Jesus fez o sinal da cruz com a mão. Essa bênção refletiu-se nas almas como um raio de luz. O meu espírito mergulhou em Seu amor. Sinto como se eu me dissolvesse em Deus e desaparecesse Nele. Quando voltei a mim, uma profunda paz inundava a minha alma, e comunicou-se à minha mente uma estranha compreensão de muitas coisas que antes me eram incompreensíveis (Diário, 1044-1048).

Diário de Santa Faustina

Para descobrir e desbravar ainda mais detalhes da história de Santa Faustina, conheça o Diário de Santa Faustina e se apaixone por essa jovem polonesa.

Com informações do Vatican News