No Angelus deste dia 30 de outubro, o Papa Francisco destacou a figura de Zaqueu, chefe dos publicanos. Além disso, afirmou que o centro do Evangelho deste domingo é o “verbo procurar”. Afinal, Zaqueu “procurava ver quem era Jesus” e Jesus ao encontrar-se com ele declara: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.
Afinal, quem era Zaqueu?
Zaqueu era um publicano, cobrador de impostos, rico e odiado por todos, pois era visto como um pecador público. Porém, ressaltou Francisco, “o olhar de Deus nunca se detém em nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”.
E o fato de o Evangelho relatar que Zaqueu era “pequeno em estatura”, indica também “a sua baixeza interior, a sua vida medíocre e desonesta”, afirmou. Contudo, ele deseja ver Jesus. Por isso, diz o Papa, “ele subiu em um sicômoro: Zaqueu, o homem que dominava tudo, segue o caminho do ridículo para ver Jesus”.
Aquele pecador, “sente a necessidade de procurar outro olhar, o de Cristo. Ele ainda não o conhece, mas está esperando que alguém o liberte de sua condição, que o tire da lama em que se encontra”, diz Francisco.
A lição…
O que Zaqueu nos ensina? Nas palavras do Papa, ele “ensina que, na vida, nunca tudo está perdido. Podemos sempre abrir espaço para o desejo de recomeçar, de partir novamente, de se converter”.
Além disso, o Papa Francisco ainda disse que “é o olhar de Jesus” que encontra Zaqueu, pois Jesus foi enviado por Deus Pai para achar aquele que estava perdido. E destacou ainda: “Jesus olhou para cima e lhe disse:
‘Zaqueu, desce depressa, hoje devo ficar na tua casa’ (Lc 19, 5).
Todavia, esta é uma imagem muito bela, “porque se Jesus tem que olhar para cima, isso significa que ele está olhando para Zaqueu de baixo. Esta é a história da salvação: Deus não nos olhou do alto para nos humilhar e julgar; pelo contrário, Ele se abaixou ao ponto de lavar nossos pés, olhando para baixo e restituindo-nos dignidade”.
Logo, “o encontro de olhares entre Zaqueu e Jesus parece resumir toda a história da salvação. A humanidade, com suas misérias, procura a redenção. Mas antes de tudo Deus, com Sua misericórdia, procura a sua criatura para salvá-la”, destacou.
Contudo, o Papa mencionou outra vez que “o olhar de Deus nunca se detém em nosso passado, cheio de erros. Mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”.
Além disso, destacou que Jesus sempre nos olha com amor, apesar dos nossos pecados. E, como fez com Zaqueu, “Ele vem ao nosso encontro, nos chama pelo nome e, se o acolhemos, Ele vem à nossa casa”.
Que olhar temos para com os Zaqueus de hoje?
O Papa Francisco ainda deixou este questionamento: “Que olhar temos para com aqueles que erraram e e estão lutando para se levantar do pó de seus erros? É um olhar de cima, que julga, despreza e exclui?”.
Logo, Francisco destacou que nos “é permitido olhar uma pessoa de cima para baixo somente para ajudá-la a se elevar. Somente assim é admissível olhar para alguém de cima para baixo”.
Contudo, afirmou:
“Nós, cristãos, devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que procura os perdidos, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre”.
E concluindo o momento do Ângelus, o Para rezou à Virgem Maria, pedindo a ela “o dom de um novo olhar sobre nós mesmos e sobre os outros”.