18º Congresso Nacional da Divina Misericórdia

Quem confia na minha misericórdia não perecerá […], e os inimigos são destroçados aos pés do Meu escabelo” (Jesus – Diário, 723).

Padre Ednilson de Jesus, MIC, sacerdote da Congregação dos Padres Marianos, conduziu a quarta palestra do 18º Congresso Nacional da Divina Misericórdia que teve como tema: “Santa Faustina e a Santa Eucaristia”.

O Padre iniciou a sua palestra louvando e agradecendo a Deus pelos sacerdotes participantes do Congresso, por torna Jesus presente no altar em cada celebração da Santa Missa.

Em seguida o sacerdote chamou a atenção para uma passagem do Diário de Santa Faustina, onde ela disse que se os Anjos pudessem nos invejar, seria por dois motivos: porque nós podemos dar sentido ao nosso sofrimento e porque nós podemos receber Jesus na Eucaristia (Cf. Diário, 1804).

O Padre explicou que os anjos não tem o privilégio de receber Jesus na hóstia consagrada, e destacou: “Você que está ouvindo essa palestra e participando do Congresso, faça jus ao seu nome de cristão. Estamos num tempo de privilégio de ter Jesus conosco. Podemos dar ao Senhor a nossa adoração todo momento, podemos receber o Corpo de Cristo todos os dias da semana, unindo a isso o nosso sofrimento. Quando experimentamos a Misericórdia em nossa vida tudo passa a ser diferente.”

Em seu Diário, Santa Faustina escreveu mais de 300 passagens se referindo a Jesus Eucarístico. O Padre Ednilson resumiu estas passagens em 7 aspectos, que são:

1. Nº 346 do Diário

“Durante a santa Comunhão, a alegria inundou a minha alma. Sentia que estou estreitamente unida com a Divindade; a Sua onipotência envolveu todo o meu ser. Ao longo do dia senti a proximidade de Deus de uma maneira especial e, embora as obrigações, durante todo este tempo, não me permitissem ir por um momento sequer à capela, não houve momento em que eu não estivesse unida com Deus” (Diário 346). Por meio da Eucaristia Santa Faustina fazia a experiência da proximidade de Deus. Ela dizia que o Senhor está sempre conosco, nunca nos abandona. Quem quer ser amigo de Deus tem que ter tempo de estar na Sua presença.

2. Nº 91 do Diário

“Todas as manhãs, na meditação preparo-me para a luta que dura o dia todo, e a santa Comunhão é a garantia de que vencerei, e assim acontece. Tenho medo do dia no qual não tenho a santa Comunhão. Esse Pão dos fortes me dá toda a energia para levar adiante essa obra e tenho coragem de cumprir tudo o que o Senhor exige. A coragem e a força que estão em mim não me pertencem, mas sim Àquele que mora em mim — a Eucaristia” (Diário, 91). Na Eucaristia Santa Faustina encontrava força e coragem para jamais desistir diante das dificuldades. Muitas vezes Faustina foi tentada a deixar o convento, a não escrever o Diário, a não rezar. Mas ele encontrou forças na Eucaristia. Igualmente conosco, a força e a coragem que necessitamos não vêm de nós, mas sim da Eucaristia. Percebam que na via-sacra Jesus caiu 3 vezes, mas Ele levantou 4. Assim também deve ser conosco. Ao receber o Senhor tenha a certeza de que a força Eucarística de Jesus o sustentará.

3. Nº 156 do Diário

“Em determinado momento, eu desejava muito receber a santa Comunhão, mas, porque tinha uma certa dúvida, não fui comungar. Sofri terrivelmente por essa razão. Parecia que o meu coração se partiria de dor. Quando fui trabalhar, cheia de amargura no coração, de repente, Jesus colocou-se ao meu lado e disse-me: Minha filha, não faltes à Comunhão, a não ser quando tiveres a certeza de que pecaste gravemente; afora isso, não permitas que nenhuma dúvida impeça a tua união Comigo no Meu mistério de amor. As tuas pequenas faltas desaparecerão no Meu amor como uma palha jogada num grande braseiro” (Diário, 156 ).
A Eucaristia faz com que experimentemos fisicamente a misericórdia de Deus em nossa alma. Tem muitos que pregam sobre a misericórdia, mas nunca sentiram ou permitiram que Deus tocasse sua alma com a misericórdia.
Não deixe de comungar, a não ser que você tenha cometido um pecado grave. Coloque sua miséria no coração de Jesus e permita que a mão misericordiosa de Deus o arranque do pecado. O bom ladrão na cruz, nos últimos minutos antes de morrer, permitiu-se ser tocado pela misericórdia. Então não ceda à tentação de não receber Jesus Eucarístico.

4. Nº 486 do Diário

Na Eucaristia Santa Faustina experimenta a presença permanente de Deus. “Jesus, quando vindes a mim na santa Comunhão — Vós que Vos dignastes residir com o Pai e o Espírito Santo no pequeno céu do meu coração — procuro fazer-Vos companhia durante todo o dia, não Vos deixo sozinho, nem por um momento” (Diário, 486). Deus está sempre comigo e eu devo estar sempre com Ele.

5. Nº 590 do Diário

Na Eucaristia experimentamos o amor ao próximo. Quem ama a Deus também ama o próximo. Amar não é gostar. Não tenho razão para gostar de todos, mas tenho a obrigação de amar a todos. Amar significa respeitar. “Quando recebo a santa Comunhão, peço e suplico ao Salvador que cure a minha língua, para que eu nunca ofenda o amor ao próximo” (Diário 590).
Não podemos ferir o nosso irmão, por isso, precisamos trabalhar essa dimensão. Se for para falar de alguém que seja das suas qualidades. Quando Jesus olha para nós, ele vê os nossos defeitos e as nossas qualidades. Quando você olhar para o próximo e vê os defeitos dele, reze por ele. Faça esse exercício e perceba que esse é o caminho de Santidade que nos assemelha a Deus e com a força da Eucaristia nós conseguimos.

6. Nº 1037 do Diário

Na Eucaristia Faustina fez a experiência da sua pequenez. Ela disse: “Nos dias em que não recebo a santa Comunhão, tenho medo da vida; tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus se não tivesse a Eucaristia no meu coração” (Diário, 1037). O orgulho foi o pecado de Adão e Eva. Precisamos ter consciência da nossa pequenez diante de Jesus. Na Eucaristia a consciência da minha pequenez tem que se fazer presente para que eu possa sentir a Grandeza de Deus e reconhecer Jesus como o Senhor da minha vida. A dependência de Deus nos protege do orgulho. Tudo posso naquele que me fortalece.

7. Nº 840 do Diário

Santa Faustina fazia a experiência da sua intimidade com Jesus por meio de Nossa Senhora.  “Estou vivendo este tempo com a Mãe de Deus, preparando-me para a solene vinda do Senhor. E a Mãe de Deus me instrui sobre a vida interior da alma com Jesus, especialmente na santa Comunhão. Que grande mistério realiza em nós a santa” (Diário, 840). Devemos aprender com Maria a dar a Jesus o que Ele merece: nosso amor, tempo e o desejo de fazer as coisas unicamente por meio Dele e por Ele.

O palestrante concluiu dizendo que o Senhor precisa de homens e mulheres que encontrem tempo para estarem na Sua presença. “Se você não tem nada para falar para Jesus, escute-o, se não consegue escutar, escute o Seu silêncio. Não tenha medo de ser santo, essa é a missão que recebemos no batismo. Santo não é aquele que faz milagre, mas aquele se deixa usar por Jesus para que Ele realize a sua graça”.    

Volte deste Congresso com a certeza de que Deus nunca o abandonará, afirmou o padre, encerrando a sua palestra.


Assista a 4º Palestra

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