18º Congresso Nacional da Divina Misericórdia
“Quem confia na minha misericórdia não perecerá […], e os inimigos são destroçados aos pés do Meu escabelo” (Jesus – Diário, 723).
Irmã Jacinta Motorna, da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso, conduziu a terceira palestra do 18º Congresso Nacional da Divina Misericórdia. O tema da palestra foi: “A importância do Bem-Aventurado Padre Miguel Sopoćko para a Devoção à Divina Misericórdia”.
Irmã Jacinta recordou aos palestrantes que Padre Miguel Sopoćko foi um sacerdote muito simples e humilde, e que fez muito pela devoção a Divina Misericórdia. “Santa Faustina sabia que, por si só, não conseguiria aproveitar todas as graças da misericórdia, por isso pediu tanto a Jesus a ajuda de um diretor espiritual”, salientou a religiosa. E Jesus concedeu essa graça a Faustina: Padre Sopocko foi escolhido por Jesus para ser o diretor espiritual dessa religiosa que teve tão pouco estudo.
Padre Sopocko ajudou santa Faustina a compreender que tudo o que acontecia com ela era algo de Deus. “E foi com a ajuda dele que ela ficou em paz e todas as suas dúvidas se dispersaram. Faustina não sabia o que fazer, mas Deus colocou na frente dela essa pessoa muito simples e muito sábia que a orientou em todos os passos”.
Santa Faustina começou a escrever o seu Diário a pedido do Padre Socpoko. Ela mesma contou isso: “Devo anotar os encontros de minha alma Convosco, ó Deus, nos momentos de Vossas especiais visitas. Devo escrever sobre Vós, ó inconcebível em misericórdia para com a minha pobre alma. A Vossa santa vontade é a vida da minha alma. Recebi essa ordem de quem Vos representa aqui na terra, ó Deus, e ele me esclarece sobre a Vossa santa vontade” (Diário, 6). Jesus também confirmou a Faustina que ela deveria escrever tudo o que acontecia em sua alma.
Irmã Jacinta conta: “Não sabemos quem ordenou primeiro, mas sabemos que graças a outra importante atitude do Padre Sopocko temos hoje o Diário, porque certa vez, santa Faustina teve uma visão de um suposto anjo, que depois se revelou como o inimigo, que mandou que ela queimasse os cadernos onde escriva, e ela queimou. Quando Faustina contou o que havia acontecido ao Padre Sopocko, ele ordenou que ela escrevesse tudo novamente. E ela obedeceu”.
Depois que Faustina faleceu (1938), tudo ficou aos cuidados do Padre Sopocko. Então ele se dedicou a estudar na bíblia e na teologia tudo o que havia sobre a misericórdia de Deus. Ele escreveu muitos artigos sobre a misericórdia, publicou alguns livros, um deles temos aqui no Brasil “A misericórdia de Deus em Suas obras”.
Padre Sopocko deu os primeiros passos para divulgar a devoção a Jesus Misericordioso. Em tempos de guerra, ele imprimiu milhares de santinhos de Jesus Misericordioso com a oração do Terço da Misericórdia e espalhou pela Europa. Mas não foi nada fácil, ele encontrou grandes dificuldades. Houve um tempo em que a devoção, por uma má compreensão, foi proibida na Igreja e padre Miguel foi acusado de ter feito coisas ilegais.
Santa Faustina sabia o quanto Sopocko teria que sofrer. Ela escreveu no seu Diário: “Certo dia, vi interiormente o quanto terá que sofrer o meu confessor. — Os amigos te abandonarão e todos se oporão a ti, as forças físicas diminuirão. Eu te vi como um cacho de uvas escolhido pelo Senhor e jogado no lagar dos sofrimentos. A tua alma, padre, em certos momentos, estará cheia de dúvidas, no que se relaciona com essa obra e comigo. E vi como se o próprio Deus se lhe opusesse e perguntei ao Senhor por que assim procedia com ele, como que dificultando o que lhe ordenara. E o Senhor disse: Procedo assim com ele para testemunhar que essa obra é Minha. Diz-lhe que de nada tenha medo, o Meu olhar está voltado para ele, dia e noite. Haverá tantas palmas na sua coroa quantas almas se salvarem por essa obra. Não recompenso o bom êxito no trabalho, mas o sofrimento” (Diário, 90).
Padre Sopoćko faleceu em 1975. A Festa da Misericórdia ainda não havia sido aprovada, mas ele não deixou de confiar na Misericórdia Divina. “Por isso digo hoje a você que não desista diante das suas dificuldades. Confie!”, concluiu a religiosa.