Primeira palestra do dia com o Frei Clodovis Boff, Doutor em Teologia

Primeira palestra do dia com o Frei Clodovis Boff, Doutor em Teologia

O tema da segunda palestra deste Congresso foi “Maria e a Divina Misericórdia”, ministrada pelo Frei Clodovis – doutor em teologia, da Congregação dos Servos de Maria.

“Amor de mãe é amor de misericórdia”, inicia o Frei recordando que o título de Maria, Mãe de Misericórdia está presente na Salva Rainha – “Salve Rainha, Mãe de Misericórdia”.

O Frei destaca que Maria é o rosto materno, feminino, da misericórdia, e que Ela pode ser chamada de “Mãe de Misericórdia” – que olha para nós com misericórdia – e “Mãe da Misericórdia” – pois é a Mãe de Jesus, o misericordioso. “Cristo é a misericórdia e Maria é para nós fonte dessa misericórdia”. E alerta, “Maria não substitui Jesus, Ela nos leva a Jesus”.

Na Salve Rainha pedimos à Mãe de Misericórdia: “Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”, isso nos diz que “Maria tem um olhar cheio de misericórdia”, diz o Frei Clodovis, e Ela sabe do que necessitamos como uma mãe que sabe o que o seu filho precisa só de olhar para ele, mesmo que ele não diga uma palavra, e “assim é Maria conosco, nos olha com misericórdia, com amor, e sabe do que necessitamos”.

Também nós devemos olhar para o mundo, para as pessoas, com esse olhar de misericórdia, tendo Maria como exemplo –  é o que incentiva o palestrante.

Frei Clodovis recorda que no Magnificat aparece duas vezes a palavra misericórdia: “Sua misericórdia se estende, de geração em geração” e “acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia”. “Nós somos a geração que recebe a misericórdia e a estende de geração em geração; nós somos o servo miserável do Senhor, a quem o Senhor se recorda com a Sua misericórdia”.

De que maneira a misericórdia se estende a nós?

“Como é que vem a nós essa misericórdia, de geração em geração? – questiona o palestrante. Vem através da Igreja, pelos sacramentos, pela Eucaristia e por Maria – a serva da misericórdia”.

Mas antes de ser a fonte, ante de ser a serva da misericórdia, explica o Frei, “Maria foi também agraciada pela misericórdia, Deus olhou para Ela misericordiosamente. Deus olhou para a pequenez, para a humildade de Sua serva, como Ela diz no Magnificat. Os olhos misericordioso de Deus se fixaram Nela e Ele a escolheu para ser a Mãe de Deus. A preservou do pecado, no mistério da Imaculada Conceição – obra da misericórdia de Deus – para que Ela fosse digna de ter Jesus em seu ventre”.

Maria, espelho de misericórdia

Na ladainha Maria é chamada de espelho da justiça e “nós podemos dizer que ela é o espelho da misericórdia”, afirma o Frei, pois “justiça e misericórdia caminham juntos”.

Na oração mais antiga dirigida a Nossa Senhora (no séc.III)  “a vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus”,  pedimos a Maria “não desprezei nossas súplicas em nossas necessidades”, e, depois, “de todos os perigos livrai-nos ó Virgem gloriosa”.  São João Paulo II dizia que “a oração do rosário é uma corrente de ouro que nos mantém amarrados ao pé de Deus”, mas essa corrente, resalta Frei Clodovis, “não nos prende como escravos, mas nos liberta do mal”. Como Santo Afonso dizia: “um devoto de Maria nunca se perderá”.  Por isso, convida o Frei, “nunca deixe de rezar pelos seus filhos, assim como Maria nunca nos deixa, nunca deixa de nos socorrer em nossas necessidades”.

Parafraseando um texto de Santo Afonso de Ligório, o Frei Clodovis conclui sua palestra: “junte o amor de todas as mães da terra por seus filhos, junte o amor de todos os maridos por suas esposas, junte o amor de todos os anjos e santos por Deus, e você terá uma ideia do amor de Maria por seus devotos”.