O Papa Francisco abriu na manhã deste III Domingo do Advento a Porta Santa da Catedral de Roma, a Basílica São João de Latrão. É a terceira Porta Santa aberta pelo Pontífice neste Jubileu: a primeira foi em Bangui, capital da República Centro Africana, em 29 de novembro e a segunda na Basílica de São Pedro, em 8 de dezembro, abrindo oficialmente o Ano Santo da Misericórdia. Neste dia 13, são abertas as Portas Santas em todas as Catedrais do mundo.
A missa teve início diante da Porta Santa no adro da Basílica. Após os Ritos de Introdução e Penitencial, o Bispo de Roma deteve-se em oração enquanto era invocado o Espírito Santo com o Veni Creator. Então, foi pronunciada a fórmula de abertura da Porta: “Esta é a porta do Senhor”. “Abri-me as portas da justiça”. “Por vossa grande misericórdia entrarei em vossa casa, Senhor”.
Após a abertua da Porta Santa da Basílica, o Pontífice foi o primeiro a atravessá-la, sendo seguido pelos concelebrantes, como o Cardeal Vigário Agostino Vallini, o Vice-Gerente Filippo Iannone, e pelos bispos auxiliares (incluindo alguns eméritos), pelo Capítulo lateranense e pelos Padres penitencieiros. A seguir, passaram seis sacerdotes da Diocese de Roma, um Diácono e quinze leigos. A procissão dirigiu-se até o altar enquanto era entoado o Hino do Jubileu da Misericórdia.
Inspirando-se na leitura do Profeta Sofonias, que faz uma exortação à alegria, o Papa iniciou sua homilia explicando que “o motivo da alegria é expresso com palavras que infundem esperança, e permitem olhar para o futuro com serenidade. O Senhor revogou toda condenação e decidiu viver no meio de nós”.
O Santo Padre diz que na proximidade do Natal “não podemos deixar-nos tomar pelo cansaço:
“Não nos é permitida nenhuma forma de tristeza, embora tenhamos motivos para isso devido a muitas preocupações e por causa das múltiplas formas de violência que ferem esta nossa humanidade. A vinda do Senhor, porém, deve encher o nosso coração de alegria”.
A mensagem do Profeta – observa o Papa – abre o nosso coração à confiança: “Deus protege o seu povo”:
“Num contexto histórico de grandes arbitrariedades e violências, cometidas, sobretudo, por homens de poder, Deus anuncia que Ele mesmo reinará sobre seu povo, que não mais o deixará à mercê da arrogância de seus governantes, e que o libertará de toda angústia. Hoje nos é pedido que “não deixemos desfalecer vossas mãos”, por causa da dúvida, da impaciência ou do sofrimento”.
E citando o apóstolo Paulo, que “responde com veemência ao ensinamento do profeta Sofonias”, Francisco diz que “devemos alegrar-nos sempre, e com a nossa afabilidade dar a todos testemunho da proximidade e do cuidado que Deus tem por cada pessoa”:
“Abrimos a Porta Santa, aqui e em todas as catedrais do mundo. Também este simples sinal é um convite à alegria. Inicia o tempo do grande perdão. É o Jubileu da Misericórdia. É o momento para redescobrir a presença de Deus e a sua ternura de Pai. Deus não ama a rigidez. Ele é Pai, é terno. Faz tudo com a ternura de Pai”.
O Papa observa que somos como as multidões que interrogavam João, perguntando “o que devemos fazer”. E a resposta do Batista não se faz esperar, “ele convida a agir com justiça e a olhar para as necessidades daqueles que se encontram necessitados”. Mas o que João exige – foi a ressalva do Papa – “é aquilo que está na Lei”. A nós, ao invés, é pedido um compromisso mais radical:
“Diante da Porta Santa que chamados a atravessar, nos é pedido para sermos instrumentos de misericórdia, conscientes de que seremos julgados sobre isso. Quem foi batizado sabe ter uma obrigação maior. A fé em Cristo provoca a um caminho que dura para toda a vida: o de ser misericordiosos como o Pai. A alegria de atravessar a Porta da Misericórdia é acompanhada do compromisso de acolher e testemunhar um amor que vai além da justiça, um amor que não conhece fim. Somos responsáveis por esse amor infinito, apesar das nossas contradições”.
Ao concluir, o Papa exortou a rezarmos “por nós e por todos aqueles que atravessarão a Porta da Misericórdia, a fim de que possamos compreender e acolher o amor infinito do nosso Pai celeste, que transforma e renova a vida”. (JE/RL)
fonte: Radio Vaticano