(Foto: Vatican News/Vatican Media)

O Papa Francisco continuou com o ciclo de catequeses sobre a oração, nesta quarta-feira (09), na Biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano. O tema de hoje foi “A oração da questão”. O Pontífice começa a catequese afirmando que a oração cristã é totalmente humana. Assim quando Jesus ensinou os discípulos a rezarem o Pai Nosso, Ele fez isso para que todos pudessem fazer todas as perguntas ao Pai. Segundo o Catecismo no número 2632, “nas perguntas há uma hierarquia: primeiro de tudo o Reino é perguntado, depois o que é necessário para recebê-lo e cooperar em seu advento”.

O Santo Padre diz que no Pai Nosso se pede pelos presentes mais simples como casa, saúde, trabalho, Eucaristia e também o perdão pelos pecados. Por conta disso, o Papa evidencia que perguntar e implorar são atitudes muito humanas. “Pergunte, implore. Isso é muito humano” destaca o Pontífice. Segundo o Santo Padre, muitas vezes se vive em uma completa autossuficiência, porém, cedo ou tarde essa ilusão desaparece. “O ser humano é uma invocação, que às vezes se torna choro, muitas vezes contida. A alma se assemelha a uma terra árida e sedenta (cf. Ps 63:2). Todos nós experimentamos, em um momento ou outro de nossa existência, o tempo da melancolia, da solidão” ressalta o Papa Francisco. Ainda assim, nessas situações, só há um grito, uma salvação: a oração.

“A oração abre vislumbres de luz na escuridão mais espessa”

Papa Francisco

“Nós, seres humanos, compartilhamos essa invocação de ajuda com toda a criação. Não somos os únicos a ‘orar’ neste universo sem fim: cada fragmento da criação carrega o desejo de Deus inscrito” explica o Papa. O Pontífice diz para os fiéis não ficarem chocados quando sentirem a necessidade de orarem quando precisarem. Ele evidencia a necessidade de aprender a orar em tempos felizes, agradecer a Deus pelos feitos, pois tudo é graça. “No entanto, não vamos sufocar a súplica que surge em nós espontaneamente. A oração da demanda anda de mãos dadas com a aceitação do nosso limite e nossa criatura” realça o Santo Padre.

De acordo com o Pontífice, a oração é como um grito. “Deus responderá. Não há oração no Livro dos Salmos que levanta seu lamento e permanece despreocupada. A Bíblia a repete muitas vezes: Deus ouve o grito daqueles que a invocam. Até nossas perguntas gaguejantes, mesmo aquelas deixadas no fundo de nossos corações” destaca o Pontífice. Por fim, o Papa Francisco afirma que o Pai quer dar o seu Espírito Santo. Dessa forma, é uma questão de esperar em Deus. “Até a morte treme, quando um cristão reza, porque ele sabe que cada oração tem um aliado mais forte do que ela: o Senhor Ressuscitado. A morte já foi derrotada em Cristo, e chegará o dia em que tudo será definitivo, e ela não fará mais uma zombaria de nossa vida e felicidade” finaliza o Santo Padre.