O mês de Abril é conhecido pela Conscientização do Autismo – TEA. A Igreja tem buscado cada vez mais conhecimento para acolher e incluir pessoas com essa característica. Por isso, hoje, nossa pauta é direcionada para sensibilizar a sociedade sobre a singularidade e o respeito às pessoas com autismo. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro do Autismo se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. A OMS ressalta ainda que, infelizmente, pessoas com TEA são muitas vezes sujeitas ao estigma e à discriminação, incluindo menores oportunidades de acesso à saúde, educação e de se engajarem e participarem de suas comunidades. Sendo assim, a Igreja tem um papel, como o de Jesus, de acolher e cuidar.

As famílias de pessoas com autismo necessitam de espaços que as acolham e a propiciem uma vivência de espiritualidade. A Igreja pode realizar o acolhimento dessas famílias de forma bem simples, a começar por se aproximar das mesmas, propiciar atividades envolventes, realizar ações para essas crianças e ouvir suas necessidades.

Em Fazenda Rio Grande, a Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa recebeu crianças com autismo no Novenário do seu padroeiro. Esse é um exemplo do que a Igreja pode promover para aproximar essas famílias. É o que conta Jaqueline Aloísio, Coordenadora da Pastoral de Comunicação da Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa, “em uma das noites da novena de São Gabriel da Virgem Dolorosa nós propomos ao nosso Pároco Valter de Jesus que fizéssemos uma chamada para pessoas com autismo para participarem da bênção e fazer a entrega de rosas à Nossa Senhora das Dores e São Gabriel das Dores”, explica Jaqueline que conta também que tem uma coroinha diagnosticada com autismo na equipe. “Além da coroinha que recentemente foi diagnosticada com autismo, temos catequizandos que são acolhidos e desenvolvidos na catequese por professores que atuam na rede público de ensino e são nossos catequistas”.

Portanto, o desafio da Igreja é se abrir para essas famílias. Logo, haverá uma exigência para que lideranças se preparem para essa realidade. Esse é o pensamento do Papa Francisco que ao abordar o tema autismo com a Federação Italiana de Autismo no Vaticano explanou: “é necessário continuar a sensibilizar para os vários aspectos da deficiência, quebrando preconceitos e promovendo a cultura da inclusão e da pertença, baseada na dignidade da pessoa. É a dignidade de todos aqueles homens e mulheres mais frágeis e vulneráveis, que são muitas vezes marginalizados por serem rotulados como diferentes ou até inúteis, mas que, na realidade, são uma grande riqueza para a sociedade.”