Cerimônia inédita foi realizada para frear o avanço do aborto, da violência e do satanismo, que “provocaram uma grande infestação satânica em todo o México”.
Um evento sem precedentes teve lugar na cidade de San Luís Potosí, região central do México, quando um grupo de bispos realizou um “exorcismo magno” sobre todo o país.
O rito foi realizado no dia 20 de maio, a portas fechadas, na catedral metropolitana da cidade. Contou com a presença de dois bispos: o arcebispo emérito de Guadalajara, cardeal Juan Sandoval Íñiguez, e o arcebispo de San Luís Potosí, monsenhor Carlos Cabrero. Também participaram da celebração o padre José Antonio Fortea, famoso demonologista espanhol, bem como inúmeros sacerdotes exorcistas vindos de diversas dioceses mexicanas.
O exorcismo foi realizado para conter o avanço do aborto e da violência ligada ao tráfico de drogas, e também para frear práticas como o satanismo e o culto pagão à “santa morte”, as quais – segundo explica o pe. Fortea – “provocaram uma grande infestação satânica em todo o México”.
Monsenhor Cabrero explicou que o caráter reservado da cerimônia se deve a que “logo aparecem os mórbidos e as más interpretações” e assinalou que “o que se quer buscar é o bem, antes de tudo”. Ele também disse que, nesta oração, “se pede, por exemplo, pelas questões do divórcio e do aborto, e que muitas vezes são favorecidas por leis desumanas, que vão contra a própria natureza”.
O cardeal Íñiguez assegurou a importância de que as pessoas tomem consciência “da situação tão grave que vivemos no México, que tem uma raiz muito profunda e para além da maldade humana, que é o demônio, o qual está muito conectado com a morte, sendo o homicida desde o princípio”. Ele manifestou o desejo de que ritos como esses “se multipliquem” ao redor do mundo.
Em entrevista exclusiva a ACI Prensa, o padre Fortea recordou que essa é a primeira vez que “exorcistas vindos de distintos lugares se reúnem para exorcizar os poderes das trevas não de uma pessoa, mas de todo um país”. Na Idade Média, São Francisco de Assis expulsou os demônios da cidade de Arezzo [1], mas isso aconteceu de forma privada. “Deste modo ritual, belo, cheio de cerimônias, nunca antes isso teve lugar em nenhuma parte do mundo.”
Perguntado se os demônios podem ser expulsos de um país, o exorcista explicou que, “na medida em que um país aumenta desmedidamente o pecado, nessa medida a ação tentadora dos demônios acontece mais facilmente”. “Na medida em que em uma nação se realizem mais atos de bruxaria e mais satanismo, nessa mesma medida acontecerão mais fatos extraordinários provindos desses poderes das trevas.”
Ele afirmou que não se deve esperar “nenhum fenômeno extraordinário” como efeito do exorcismo. “Seria um erro pensar que, por realizar um grande exorcismo para toda a nação, tudo já mudará automaticamente”, disse. “Se, porém, com o poder recebido de Cristo, afastamos os demônios de uma nação, certamente isso repercutirá positivamente”.
Questionado se uma cerimônia dessas poderia se repetir em outros lugares do mundo, o pe. Fortea respondeu que “seria muito desejável”. “Temos que ter fé em que Deus entregou um poder aos Apóstolos e que podemos usar esse poder”, afirmou. “Satanás ronda, como leão a rugir, procurando a quem devorar, e os pastores podem afastar o depredador da vítima”.
Não é a primeira vez que se vê uma notícia relacionando o México à ação direta do mal. Em 2013, depois de uma audiência na Praça de São Pedro, o Papa Francisco impôs as mãos sobre um peregrino mexicano, chamado Ángel, e as cenas da oração do Santo Padre correram o mundo:
Um dia após o ocorrido, o padre Gabriele Amorth conversou com o rapaz e disse não ter dúvidas de que estava possuído. O estado de Ángel, porém, recebeu o diagnóstico especial de “possessão com mensagem”. Segundo o pe. Amorth, ele “foi eleito pelo Senhor para mandar uma mensagem ao clero mexicano e dizer aos bispos que têm que fazer um ato de reparação pela horrenda lei do aborto aprovada na Cidade do México em 2007 e que supõe um ultraje à Virgem.” O exorcista italiano também avisou que, enquanto os prelados não realizassem o ato de reparação, Ángel não seria liberto da ação demoníaca.
Considerando que os males morais que têm afligido o México são os mesmos que tomam conta da América Latina e rondam o resto do mundo, não nos resta senão implorar a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe sobre toda a humanidade, para que os seus súditos angélicos “persigam os demônios, combatendo-os por toda a parte, reprimindo-lhes a insolência e lançando-os no abismo”. Que a “Augusta Rainha dos céus” não demore a “esmagar a cabeça de Satanás”.
Com informações de ACI Prensa | Por Equipe CNP
Referências
- Cf. Tomás de Celano, Segunda Vida de São Francisco de Assis, 74 (FF, 695); São Boaventura,Legenda Maior, VI, 9 (FF, 1114).