Celebramos a Festa de São Tomé em 03 de julho
São Tomé foi um dos 12 apóstolos de Jesus. De origem Judaica, nasceu na Galileia e segundo relatos, era pescador. Seu nome aparece onze vezes no Novo Testamento.
Tomé ou Tomás significa “gêmeo”, o que se faz supor que ele tinha um irmão gêmeo. Ele acompanhou Jesus como discípulo durante os três anos de vida pública do Mestre. Após a morte de Jesus, Tomé estava entre os Apóstolos que receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Depois disso, sabe-se que ele foi pregar o Evangelho na Índia.
A memória de Tomé está fortemente relacionada ao fato de ele ter duvidado de seus companheiros quando lhes afirmaram terem visto Jesus ressuscitado (João 20, 24-29). Ele quis “ver para crer”. Neste sentido, ele representa a cada um de nós quando passamos por momentos de dúvida. Por outro lado, sua dúvida nos ajuda a entender que Deus não rejeita a necessidade de certeza, mas elogia aqueles que “creem sem terem visto”. Porém, que possamos nos inspirar também no seu testemunho de fé quando a verdade se apresenta.
PASSAGENS MARCANTES
O Evangelho de São João apresenta três passagens importantes onde Tomé se torna protagonista, revelando um temperamento melancólico, pessimista e para quem tudo tem que ser muito esclarecido.
A primeira delas é quando emissários de Lázaro, amigo de Jesus, pede que o mestre vá curar Lázaro que está doente. Jesus estava sendo perseguido pelos líderes judeus. Então Tomé diz: “Vamos também nós, para morrermos com ele”. (Jo 11,16)
A segunda intervenção importante de Tomé mostra, mais uma vez, seu pessimismo, mas dá a Jesus a oportunidade de fazer uma de suas revelações mais importantes: “Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Ao que Jesus respondeu: Eu sou o Caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14,5-6)
E a terceira passagem, como vimos, foi quando Tomé duvidou da ressurreição de Jesus e quis “ver para crer” (Jo 20, 24-29). A incredulidade de São Tomé transformou-se numa das provas da ressurreição de Cristo, pois, foi atestada por um cético.
VIDA MISSIONÁRIA
Após a ressurreição de Cristo e a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, Tomé, como todos os outros apóstolos, saiu para pregar o Evangelho onde Deus o levasse. Sabe-se que ele anunciou a Boa Nova entre os partas, os medos e os persas. A Tradição aponta também que foi ele quem levou o Evangelho pela primeira vez à Índia. Lá, foi perseguido por líderes religiosos.
Os católicos de Malabar, na Índia, cultuam São Tomé há dois mil anos. A Tradição local conservou a história de São Tomé como evangelizador daquele local. Conservam também a história de seu martírio através dos hindus, que o feriram mortalmente com lanças por causa do poder de sua pregação. Com efeito, a pregação de São Tomé converteu a muitos na região e nasceu ali uma fervorosa comunidade cristã que dura dois mil anos.
MILAGRE DO TSUNAMI
No ano de 2004 um fato mexeu com toda a Índia. Em dezembro daquele ano, um terrível tsunami devastou totalmente a região. Porém, a Igreja de São Tomé onde se conservam suas relíquias, ficou intacta. A tradição local conta que São Tomé fincou um poste em frente ao local onde fica a igreja, afirmando que as águas do mar jamais ultrapassariam aquela marca. O poste se conserva até hoje e fica em frente do local onde, mais tarde, construiu-se a igreja dedicada a ele. Por causa disso, alguns sacerdotes hindus da região decidiram não mais perseguir os cristãos do local.
ORAÇÃO A SÃO TOMÉ
“Ó Apóstolo São Tomé, experimentaste o desejo de querer morrer com Jesus, sentiste a dificuldade de não conhecer o Caminho, e viveste na incerteza e na obscuridade da dúvida, no dia de Páscoa. Na alegria do encontro com Jesus Ressuscitado, na comoção da fé reencontrada, num ímpeto de terno amor, exclamaste: “Meu Senhor e meu Deus!” O Espírito Santo, no dia de Pentecostes, transformou-te num corajoso missionário de Cristo, incansável peregrino do mundo, até aos extremos confins da terra. Protege a tua Igreja, a mim e à minha família e faz com que todos encontrem o Caminho, a Paz e a Alegria para anunciar, com paixão e abertamente, que Cristo é o único Salvador do Mundo, ontem, hoje e sempre. Amém”.
Fontes: Cruz Terra Santa e Shalom
Sou arquiteto. Por qual razão Tomé, um judeu, foi pregar na Índia ? Êle falava alguma das línguas locais ? Havia alguma comunidade judaica naquela região ? Alguma coincidência com a teoria não confirmada de que Jesús, dos 13 aos 30 anos, teria estado na Índia sendo iniciado em altos mistérios orientais ? Há alguma fonte de pesquisa confiável sobre esse assunto tão fascinante ?
O Evangelho foi anunciado não apenas para os judeus, mas para todo o mundo. Por isso a religião se chama católica, o vocábulo vem do grego e significa “universal”. Várias passagens bíblicas anunciam, já antes de Cristo, que a palavra do Messias estaria voltada a todos os povos, não somente aos judeus que, aliás, rejeitaram a Boa-Nova. De qualquer maneira, a passagem de Pentecostes evidencia que todos os apóstolos passaram a falar várias línguas pela virtude infusa do Espírito Santo e a partir daquele instante foram percorrer todo o mundo a pregar. Por isso São Tomé pôde pregar aos falantes de hindustâni, sânscrito e urdu. Já sobre a possibilidade de Jesus ter estudado na Índia, China ou Egito durante sua vida oculta, tal hipótese não tem fundamento e só começou a ser contada no Século XIX, com a difusão do espiritismo. Diferentemente, a tradição da presença de São Tomé na Índia já data de dois mil anos, realmente. Tradição em um primeiro momento oral e depois documental. Mas ainda sobre os estudos de Jesus, é bobagem crer nisso porque em momento nenhum há referência dEle a nenhuma dessas culturas sequer, somente às Escrituras judaicas. E Deus feito carne não precisa aprender com ninguém, dado que a ciência Lhe era infusa (ou seja, natural) e aos 12 anos já era capaz de ensinar os próprios escribas e mestres da Lei.
Ainda é importante lembrar que a tradição cristã ensina que Cristo viveu uma vida completamente normal até seus 30 anos, o que indica que o trabalho santifica e que é perfeitamente possível atingir a perfeição cristã no trabalho e no escondimrnto. E como aspirante a arquiteto, também desejaria saber a relação objetiva do santo com nossa profissão.
Arquitetura
escritos
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agosto 04, 2017
PADROEIRO DOS ARQUITETOS
Uma pequena celeuma se estabeleceu quando eu disse que São Tomé é o padroeiro dos arquitetos. A atual coordenadora do curso no qual sou professora disse que não era e, como eu sempre acreditei nas bênçãos do meu protetor, fui buscar as fontes.
O argumento era que Frei Galvão, canonizado há dez anos, seria o padroeiro possui respaldo, devido à sua prática e formação de construtor, tendo suas obra de destaque o Mosteiro da Luz (aquele onde foram encontradas as freiras mumificadas) e a capela do Largo de São Francisco, ambas em São Paulo.
Num tempo em que construções de conventos de ordens religiosas e até de igrejas estavam proibidas em todo o império pelo Marquês de Pombal, Frei Galvão assumiu as consequências e fundou o novo Recolhimento, chamado Recolhimento Nossa Senhora da Luz. A identidade espiritual da nova fundação era baseada na Ordem da Imaculada Conceição. Frei Galvão escreveu os estatutos, as regras e deu todo o amparo necessário para que o pequeno recolhimento se tornasse, de fato, uma congregação religiosa. Irmã Helena e mais duas jovens vocacionadas foram morar no recolhimento. O Recolhimento, porém, nada mais era do que um casebre afastado da cidade, no meio do mato. Este local é, hoje, o mesmo onde hoje está o Mosteiro da Luz, construído por Frei Galvão. Ali, por causa da construção, iniciou-se o Bairro da Luz na cidade de São Paulo.
Embora considerado padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores, São Frei Antônio de Santana Galvão não possui, entre seus principais milagres, nenhuma relação com a Arquitetura em si (talvez devêssemos considerar padroeiro do CREA), mas o título de Padroeiro da Construção Civil foi concedido em 2000 pelo Papa João Paulo II.
O oráculo do google nos aponta Santa Bárbara, mas não encontro qualquer informação ligada à Igreja Católica que associe-a aos arquitetos. além do fato dela ter mandado construir uma janela a mais na torre em que seu pai a trancara e, pela terceira janela, ter morrido. É tida como padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de quem trabalha com fogo e possui, como atributo, uma torre e, talvez seja essa a referência à arquitetura.
São Tomé, conhecido popularmente como apóstolo incrédulo de Jesus Cristo, é o padroeiro dos cegos (da fé), dos juízes, geógrafos, geólogos, geometristas, construtores (pedreiros), assim como dos arquitetos e daqueles que possuem dúvidas. Seus atributos são o cinto recebido na ascensão da Virgem Maria, o esquadro do arquiteto e a lança de seu martírio. Alguns ainda associam-no à São Judas Tadeu, também apóstolo, que possui como atributo a régua e uma machadinha (que teria sido o seu objeto de martírio). O esquadro representa a retidão e precisão de seu apostolado, mas também faz referência à construção da Igreja de Cristo (da fé no cristianismo) no Oriente, isso é, na Índia, por inspiração do próprio Cristo. No nordeste da Índia lhe é atribuída a construção do palácio do rei Gudnaper, que havia posto todo seu tesouro à disposição do construtor, cujo fora distribuído aos pobres. O arquiteto contratado, São Tomé, afirma que edificara o palácio no Céu – o que levou-o à prisão quando o rei voltou de uma longa viagem -, até que o irmão do soberano, Gad, já falecido, ressuscita e, descrevendo o Paraíso, disse ter visto o belo palácio que fora construído com a caridade do seu arquiteto.
É bastante paradoxal,diga‐se de passagem, que os arquitectos tenham escolhido como patrono do seu grémio um colega que abusara da confiança do seu real cliente, dilapidando os fundos destinados à construção de um palácio terreno e não celeste, real e não imaginário. Os que quisessem imitar hoje o seu exemplo arriscavam‐se a ser condenados por burla, em vez de ser canonizados.
Também é atribuído ao apóstolo Tomé a edificação do primeiro templo cristão, sobre edificação pagã, em Meliapor, onde ocorreram alguns milagres. O primeiro deles teria sido o próprio apóstolo que, trazendo com toda facilidade uma imensa viga (que necessitaria de muitos homens e elefantes para transportar) a instala na entrada do templo, afirmando que ali chegariam homens com a fé cristã pela água e jamais essas águas ali entrariam. Sendo assim, tornou-se território português entre os séculos XVI e XVII, reafirmando a profecia. Em dezembro de 2004 um tsunami devastou a região e a água não entrou na igreja onde estão os restos mortais do santo, sendo entendido como novo milagre.
Inspirada naquele que questiona, mas que busca a retidão, fiz essa postagem.
Diante das opções, reafirmo o que já escrevi antes, que “na dúvida, minha opção é sempre aquilo que transcende a matéria das coisas”, portanto, se você quiser escolha a opção de padroeiro que mais lhe agradar!
Continuarei com o meu São Tomé.