Todos os anos, em 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja em todo o mundo lembra o Dia Mundial do Enfermo, para o qual é publicada uma mensagem do Pontífice.

O Dia Mundial do Enfermo foi estabelecido por São João Paulo II em 1992 e celebrado pela primeira vez em Lourdes, na França, em 11 de fevereiro de 1993. Este dia é celebrado de forma especial neste importante santuário mariano.



Na mensagem do Papa Francisco para o XXX Dia Mundial do Enfermo, que traz o tema “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”, e o lema “Colocar-se ao lado de quem sofre num caminho de caridade”, Francisco convida a todos a considerarem o doente acima da doença porque “qualquer abordagem terapêutica não pode prescindir da escuta do paciente, da sua história, das suas ansiedades e dos seus medos”.

A mensagem do Pontífice está dividia em cinco pontos:


1. Misericordiosos como o Pai

“A misericórdia é, por excelência, o nome de Deus, que expressa a sua natureza não como um sentimento ocasional, mas como força presente em tudo o que Ele faz”, ressalta o Papa em sua mensagem.

“Deus é conjuntamente força e ternura”, sublinha o Papa, e por isso podemos dizer que “Ele cuida de nós com a força de um pai e com a ternura de uma mãe, sempre desejoso de nos dar vida nova no Espírito Santo”.


2. Jesus, misericórdia do Pai

No segundo ponto o Papa explicou sobre a atenção de Jesus para com pessoas que sofriam de várias doenças, a ponto desta se tornar também a atividade principal na missão dos apóstolos, enviados pelo Mestre para anunciar o Evangelho e curar os enfermos.

Francisco explicou:

“Quando uma pessoa experimenta na própria carne fragilidade e sofrimento por causa da doença, também o seu coração se sente acabrunhado, cresce o medo, multiplicam-se as dúvidas, torna-se mais impelente a questão sobre o sentido de tudo o que está a acontecer”

Disto a importância “de se ter ao lado testemunhas da caridade de Deus, que a exemplo de Jesus, misericórdia do Pai, derramem sobre as feridas dos enfermos o óleo da consolação e o vinho da esperança”.


3. Tocar a carne sofredora de Cristo

Segundo o Papa, “o convite de Jesus a ser misericordiosos como o Pai adquire um significado particular para os profissionais de saúde”.

Francisco escreve que o serviço dos profissionais da saúde ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma missão. Pois “tocam a carne sofredora de Cristo e isso pode ser um sinal das mãos misericordiosas do Pai”.

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4. Os lugares de tratamento, casas de misericórdia

Com relação a este ponto o Papa fala sobre os “lugares de tratamento”.

Francisco recordou das dificuldades das populações das zonas mais pobres da Terra, onde receber adequados tratamentos continua a ser um luxo. “Testemunha-o, por exemplo, a escassa disponibilidade, nos países mais pobres, de vacinas contra a Covid-19 e ainda mais a falta de tratamentos para patologias que requerem medicamentos muito mais simples”.

“Neste contexto, desejo reafirmar a importância das instituições sanitárias católicas: são um tesouro precioso que deve ser preservado e sustentado; a sua presença caracterizou a história da Igreja pela sua proximidade aos doentes mais pobres e às situações mais esquecidas”


5. A misericórdia pastoral: presença e proximidade

Por fim o Papa fala sobre a falta dos cuidados espirituais afirmando:

“Não podemos exonerar-nos de lhes oferecer a proximidade de Deus, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé”.

Concluindo, o Pontífice recorda que a proximidade aos enfermos e o seu cuidado pastoral não competem apenas a alguns ministros (…) visitar os enfermos é um convite feito por Cristo a todos os seus discípulos. Quantos doentes e quantas pessoas idosas há que vivem em casa e esperam por uma visita? O ministério da consolação é tarefa de todo o batizado, recordando-se das palavras de Jesus: “Estive doente e visitastes-Me” (Mt 25, 36).

Fonte e imagens: Vatican News