Celebramos neste dia 29 de setembro a Festa dos Arcanjos
Originalmente, antes da reforma litúrgica que se seguiu ao Concílio Vaticano II, a celebração deste dia era dedicada apenas a S. Miguel. Agora, porém, que nos lembramos na liturgia dos dois outros arcanjos mencionados nas Sagradas Escrituras, podemos meditar, de uma perspectiva mais ampla, sobre o ministério próprio das criaturas angélicas em geral.
Pois bem, Nosso Senhor se identifica no Evangelho de hoje com aquela escada vista em sonhos por Jacó na cidade de Betel (cf. Gn 28, 12). Os anjos do Senhor por ela subiam e desciam, trazendo-nos as mensagens de Deus e levando à presença do Altíssimo nossas pobres orações.
Ora, Cristo, Verbo encarnado, é justamente esta escada, porque Nele se unem o céu e a terra — duas naturezas, humana e divina, unidas numa só pessoa, sem confusão nem mistura.
Ele é, em sentido próprio, esta ponte, este elo entre a divindade e a humanidade. Só a Ele, por um lado, o Pai pode dizer: “Tu és meu filho” (cf. Hb 1, 5; Sl 2, 7), porque têm os dois a mesma natureza, o mesmo poder, a mesma glória, a mesma majestade. Só Ele, por outro, pode chamar-nos irmãos, porque somos iguais a Ele em tudo quanto à condição humana, menos no pecado.
Deus, porém, não quer que a nossa união consigo se realize sem o intermédio de seus ministros celestes, os anjos, que contemplam sem cessar a face do Senhor e desejam, com ardente caridade, associar-nos à alegria que eles mesmo experimentam diante do trono real.
Roguemos, pois, a Deus Pai que, auxiliados pela intercessão de seus bem-aventurados anjos e arcanjos, possamos todos subir aos céus pela escada de seu Filho encarnado, cujos louvores canta para sempre a corte celeste.
Para celebrar esta data, recordamos a oração aos arcanjos
São Miguel, São Gabriel e São Rafael
Ajudai-nos, ó grandes santos, irmãos nossos, que sois servos como nós diante de Deus. Defendei-nos de nós mesmos, de nossa covardia e tibieza, de nosso egoísmo e de nossa ambição, de nossa inveja e desconfiança, de nossa avidez em procurar a saciedade, a boa vida e a estima.
Desatai as algemas do pecado e do apego a tudo o que passa. Desvendai os nossos olhos que nós mesmos fechamos para não precisar ver as necessidades de nosso próximos e poder, assim, ocupar-nos de nós mesmos numa tranquila autocomplacência. Colocai em nosso coração o espinho da santa ansiedade de Deus para que não deixemos de procurá-lo com ardor, contrição e amor.
Contemplai em nós o Sangue do Senhor, que Ele derramou por nossa causa. Contemplai em nós as lágrimas de vossa Rainha, que ela derramou sobre nós.
Contemplai em nós a pobre, desbotada, arruinada imagem de Deus, comparando-a com a imagem íntegra que deveríamos ser Sua vontade e Seu amor.
Ajudai-nos a conhecer Deus, a adorá-Lo, a amá-Lo e a servir-Lhe. Ajudai-nos no combate contra os poderes das trevas que, traiçoeiramente, nos envolvem e nos afligem.
Ajudai-nos para que nenhum de nós se perca e para que, um dia, estejamos todos jubilosamente reunidos na eterna bem-aventurança. Amém.
São Miguel, assisti-nos com vossos santos anjos;
Ajudai-nos e rogai por nós.
São Rafael, assisti-nos com vossos santos anjos;
Ajudai-nos e rogai por nós.
São Gabriel, assisti-nos com vossos santos anjos;
Ajudai-nos e rogai por nós.
Fonte: Padre Paulo Ricardo e AciDigital