Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família, guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG,11) onde Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; e ensinou que:

“A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).

Jesus habita com a família cristã. A sua presença nas Bodas de Caná da Galileia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios.

Na missa que o Papa celebrou na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, em outubro de 1997, ao comentar a presença de Jesus e de Maria nas Bodas de Caná, disse:

“Não será legítimo ver na presença do Filho de Deus, naquela festa de casamento, o indício de que o matrimônio haveria de ser o sinal eficaz de sua presença?”

Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26), Ele os quis “em família”. Tal qual o próprio Deus, que é uma Família em três Pessoas divinas, assim também o homem, criado à imagem do seu Criador, deveria viver numa família, numa comunidade de amor, já que “Deus é amor” (1Jo 4,8) e o homem lhe é semelhante. Deus disse ao casal: “Crescei, multiplicai, e dominai a terra” (Gn 1,28).

Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a, juntos, continuar a ação criadora de Deus, e a construção mútua de ambos. Só ao casal humano dá a inteligência para ver, a liberdade para escolher, a vontade para perseverar e a consciência para ouvir continuamente a Sua Voz. Esta é a alta dignidade que Deus confere à criatura feita à sua imagem.

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC), diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205).

Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca (“vestígio e imagem”) do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora.

Desde que existe a humanidade existe a família, e ninguém jamais a pôde ou poderá destruir, pelo fato de que ela é divina; isto é, foi instituída por Deus.
Como ensina o nosso Catecismo, ela é “a célula originária da vida social”. “É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida” (CIC, §2207).

“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, §2207).

O Concílio Vaticano II definiu a família como “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48).

O mesmo Deus que num desígnio de pura bondade criou o homem e a mulher, os quis em família: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” (Gn 2,18).

Depois de criar o homem e a mulher, Deus lhes disse: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai…” (Gn 1, 28).

Nestas palavras de Deus: “crescei e multiplicai-vos” encerra-se todo o sentido da vida conjugal e familiar. Desta forma Deus constituiu a família humana, a partir do casal, para durar para sempre, por isso, A FAMÍLIA É SAGRADA!

 

Fonte: Professor Felipe Aquino