Certa vez perguntaram a uma mulher por que ela rezava o Terço todos os dias. Ela olhou para os lados, olhou novamen­te para seu interlocutor e então respondeu: “Tudo o que lhe posso dizer é que, se eu rezo o Terço, o dia funciona. Se eu não rezo, nada funciona.” Isso é verdade. E não é verdade por conta de alguma mágica ou superstição. É verdade por causa da in­tercessão maternal de Maria e do poder dos mistérios da vida de Cristo.

Eu poderia gastar muito tempo aqui descrevendo como papa após papa incentivou todos os fiéis a rezar o Terço, como eles o qualificaram como uma das mais poderosas ora­ções que há depois da liturgia, e como concederam um monte de indulgências para aqueles que o rezassem. Também poderia contar várias histórias de como este e aquele santo se dedica­ram inteiramente a rezar o Terço e foram agraciados com uma série de milagres.

Em vez de fazê-lo, porém, gostaria de focar em:

 

Maria

Rezando o Terço, encontramos Maria. O Rosário é uma das melhores maneiras de desenvolver a atitude amorosa de quem depende dela. Há algo na oração do Rosário que nos ajuda a desenvolver uma atitude filial de estar com Maria. Acredito que isso tenha a ver com o ritmo pacífico das Ave-Marias. Quando rezamos o Terço, o objetivo não é tanto refletir sobre as palavras da oração da Ave-Maria. As Ave-Marias, antes, destinam-se a ser uma espécie de “música de fundo” que nos ajuda a entrar na contemplação dos mistérios. Essa música de fundo é como a mão delicada de uma mãe sobre nossos ombros, levando-nos a olhar para Jesus, contemplar sua face e amá-lo através dos olhos, da mente e do coração de sua mãe. Rezar o Terço faz algo pela alma. Permite que Maria nos molde de acordo com a imagem de Seu Filho. O Papa João Pau­lo II coloca-o da seguinte maneira: “O Rosário transporta-nos misticamente para junto de Maria dedicada a acompanhar o crescimento humano de Cristo na casa de Nazaré. Isto permite­-lhe educar-nos e plasmar-nos com a mesma solicitude.”132

 

Combate da Oração

Infelizmente nem sempre conseguimos nos aprofundar nos mistérios de Cristo, porque não perseveramos na oração do Terço. Esquecemo-nos de que, como ensina o Catecismo da Igreja Católica, a oração pode ser um verdadeiro combate.(133)

Muitas vezes os ataques nesse combate são a aridez ao rezar o Terço. Mas devemos seguir rezando. Às vezes, justamen­te quando vamos começar a rezar o Terço, temos uma súbita aversão, sentimo-nos cansados e nossas mentes pensam em milhares de outras coisas que precisam ser feitas. Mas devemos seguir rezando.

É verdade que às vezes temos obrigações ur­gentes que precisamos cumprir e que exigem que o Terço seja deixado para depois. Mas muitas vezes as coisas que “temos” de fazer podem ser uma tentação e uma desculpa esfarrapada para não rezar o Terço. Por exemplo, quanto tempo você gasta com e-mails, redes sociais, programas de televisão e ligações telefônicas absolutamente inúteis? Será que não poderíamos tirar apenas 20 minutos desse tempo desperdiçado e dedicar a rezar o Terço?

Por que às vezes é tão difícil fazer uma pausa e rezar? Porque a oração é um combate.

Satanás não quer que participemos do poder dos mistérios da vida de Cristo. Ele quer ver-nos acomodados, mornos e preguiçosos. Quer ver-nos sa­tisfeitos com a mediocridade. Os mistérios da vida de Cristo são poderosos, e podemos receber seu poder ao rezarmos o Terço – mas para que isso aconteça precisamos rezá-lo bem.

Eis aonde pretendo chegar: o combate da oração nem sempre acaba quando fazemos o sinal da Cruz e começamos a rezar. O combate pode continuar; e é muito comum que deixemos de lutar enquanto estamos rezando o Terço. Deixamo-nos le­var por distrações. Não meditamos os mistérios. Deixamos que nossas mentes vagueiem. É claro que distrações na oração são comuns. Mas será que ao menos tentamos nos manter focados? Ou só pensamos em terminar logo o Terço para voltar para “as coisas mais importantes”? Não, o Terço é incrivelmente impor­tante, e nós devemos empenhar-nos em rezá-lo melhor.

Nota:
132 Rosarium Virginis Mariae, n. 15.
133 Catecismo, 2725ss.188

 

Texto adaptado do livro 33 Dias para um Amanhecer Glorioso – Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba-PR.


 

Conheça o livro 33 Dias para um Amanhecer Glorioso

O livro foi elaborado para as pessoas que desejam se confiar plenamente a Maria. O autor propõe isso por meio de um retiro de 33 dias que conduz à consagração a Jesus por meio da Virgem Maria, ou, dito de forma simplificada, à consagração mariana.  Nesses 33 dias, o leitor é conduzido a uma profunda reflexão a partir da espiritualidade mariana de quatro importantes santos: São Luís de Montfort, São Maximiliano Kolbe, São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá.

Esta obra é destinada também para aqueles que desejam renovar sua consagração mariana.

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