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Sábado, 13 de fevereiro, acontecerá um fato histórico 24 anos depois do restabelecimento de relações entre a Santa Sé e o México, o Papa Francisco será o primeiro Pontífice a visitar o Palácio Nacional do México.

O embaixador do México ante a Santa Sé, Mariano Palacios Alcocer, destacou a importância desta visita ao Palácio Nacional em uma recente entrevista ao Grupo ACI, na qual recordou que um fato assim não se deu nas seis visitas anteriores de um Papa: cinco de São João Paulo II e uma de Bento XVI.

O México e a Santa Sé restabeleceram relações diplomáticas em 1992, depois de mais de cem anos de confrontos. Isto aconteceu dois anos após a segunda visita de São João Paulo II e durante o governo de Carlos Salinas de Gortari.

“Será o primeiro Pontífice que será recebido no Palácio Nacional. Em um país que teve uma história de contrastes nas relações com as instituições religiosas, ou que teve no século XIX um processo de secularização profunda, ou que teve a guerra da Cristiada no início do século XX, hoje”, indicou, existem “relações amadurecidas, de respeito e de colaboração recíproca, de exercício pleno das liberdades religiosas”.

O embaixador também destacou que “o povo do México tem uma religiosidade popular muito profunda. A Virgem de Guadalupe data do século XVI. As aparições da Virgem se dão no ano 1531”.

Além disso, assinalou, a Virgem de Guadalupe é a advocação mariana “que tem mais seguidores em todo mundo” e a basílica dedicada a ela “recebe mais de 22 milhões de peregrinos por ano, cinco a mais que a Basílica de São Pedro em Roma”.

Sobre as cidades que o Santo Padre visitará de 12 a 17 de fevereiro, Palacios explicou que se escolheu “que a visita tenha três eixos fundamentais nas fronteiras de nosso país: a fronteira sul, o contato com centro e sul América, que será o estado do Chiapas; a fronteira norte e o contato com o vizinho norte-americano dos Estados Unidos da América; o centro e a capital do país com a Basílica de Guadalupe, o estado de México e o estado de Michoacán”.

Durante a entrevista, o embaixador Palacios se referiu à visita ao estado de Chiapas, onde o Papa Francisco celebrará uma Missa com os indígenas em San Cristóbal de las Casas, e posteriormente terá um encontro com as famílias em Tuxtla Gutiérrez.

“Será muito importante que a reunião nacional sobre as famílias se desenvolva também em Chiapas, porque muitos dos migrantes centro-americanos e dos migrantes mexicanos que têm que ir aos Estados Unidos têm como consequência uma ruptura dos núcleos familiares”.

“O fenômeno dos menores migrantes não acompanhados, que analisamos o ano passado com o Cardeal (Pietro) Parolin em sua visita ao México, é um fato evidente na matéria, portanto migração, problemas de família e temas indígenas serão assuntos que certamente na pastoral de Sua Santidade serão atendidos em profundidade”, expressou.

No caso de Ciudad Juárez, afirmou que a visita à prisão “será um exercício de misericórdia para as pessoas privadas da liberdade”. Do mesmo modo, depois do encontro com o mundo do trabalho, Francisco celebrará uma Missa na fronteira.

“Nós consideramos que o tema da migração é um assunto que está na agenda de Sua Santidade, recordemos que a primeira visita que fez recém iniciado seu pontificado foi à ilha de Lampedusa e ele mesmo, depois dos fenômenos, digamos das perseguições na Síria e em alguns outros países, advogou para que os refugiados pudessem ser acolhidos nas distintas basílicas, igrejas ou conventos católicos”, indicou.

Finalmente, o embaixador reiterou que “nos sentimos muito contentes de que sua Santidade tenha determinado visitar o México. O México foi a porta da evangelização do continente americano, o México tem mais de cem milhões de católicos em território nacional e outros 10 ou 15 nos Estados Unidos da América. O México é o assento das aparições da Virgem de Guadalupe”.

Fonte: Acidigital