Grupo extremista alimenta ódio contra cristãos e muçulmanos.
Depois do ataque brutal contra uma freira de 75 anos de idade e vários incêndios em igrejas, um líder radical hinduísta prometeu novos ataques contra a Igreja na Índia se as conversões ao cristianismo não pararem.
“Será que os cristãos nos permitiriam fazer um templo ao [deus hindu] Hanuman no Vaticano?”, teria indagado Surendra Jain, líder sênior do Vishwa Hindu Parishad, ou Conselho Mundial Hindu, segundo o jornal Daily News & Analysis.
Em resposta, um porta-voz da arquidiocese de Nova Delhi disse: “Como vamos responder a esse tipo de linguagem? Como é que se pode ser tão baixo?”.
A polícia prendeu oito homens de 20 a 30 anos acusados de estuprar a freira na noite de 13 para 14 de março. Eles roubaram dinheiro, um telefone celular, um laptop e uma câmera. A freira recebeu alta hospitalar após dois dias de internação.
Um dia depois, uma igreja no Estado de Haryana, norte do país, foi destruída. De acordo com a Associated Press, os vândalos colocaram no local uma bandeira com o nome do deus hindu Rama.
Os incidentes ocorreram poucas semanas após o líder do Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), o principal grupo de extremistas hindus, acusar de “proselitismo” as Missionárias da Caridade, fundadas na Índia pela Madre Teresa de Calcutá.
O RSS é a organização militante hindu em que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi começou sua vida política. O grupo, que é o “pai ideológico” do partido governante Bharatiya Janata, tem sido acusado de alimentar o ódio contra muçulmanos e cristãos.
“A violência física contra mulheres religiosas, o estupro de uma freira idosa e doente e a profanação de hóstias consagradas são atos cruéis e desumanas que deveriam envergonhar todos os cidadãos da Índia”, disse a conferência episcopal do país em comunicado enviado à agência Fides. Para os bispos, “o serviço desinteressado das freiras contribuiu muito para o desenvolvimento e o progresso da nossa querida nação”.
fonte: Aleteia