Sou Edson José Hable, sacerdote Mariano, natural de Mafra, SC. Tenho 27 anos, e no dia 15 de agosto deste ano fui ordenado presbítero em minha cidade natal, por Dom Francisco Carlos Bach, bispo da diocese de Joinville, SC. A celebração ocorreu no salão de uma das capelas da paróquia Nossa Senhora das Graças, com transmissão pelo YouTube e Facebook. A situação atual exigiu-nos adaptação às medidas de segurança então vigentes, e fez desta ordenação um evento ímpar e complexo, diferente do que muitos de nós esperávamos.

Nos preparativos para a celebração, a pergunta que mais se repetiu foi: “a ordenação vai mesmo acontecer?” A data, 15 de agosto – Assunção de Nossa Senhora, eu havia escolhido há 11 meses, e conservava no coração a confiança nos desígnios divinos, apesar de toda contrariedade. Mas, ao mesmo tempo, sabia que manter a data dentro das limitações que nos eram impostas significava estar preparado para eventuais restrições mais severas, como vivenciar a ordenação em um grupo muito reduzido: eu, o bispo, o provincial e mais umas poucas pessoas. Meu querer é dizer “sim” a Deus e estou buscando isso. Se puder ter bastante gente ao redor, melhor; mesmo assim, o contrário não muda a grandeza do sacramento.

Com isso, fica o outro lado da moeda: a expectativa dos parentes e amigos que gostariam de estar presentes. Essa questão foi a mais exaustiva ao preparar a ordenação. Quis incluir parentes, amigos e coirmãos de comunidade e no sacerdócio. Como tenho uma família grande (o pai tem 15 irmãos e a mãe 8), não pude convidar todos. Conhecidos da paróquia também ficaram sentidos por não serem convidados, e compartilho da tristeza dessas pessoas. A própria Igreja orienta que as ordenações tenham o maior número de pessoas possível, e isso era um desejo nosso, meu e das minhas famílias de sangue e religiosa. Mas, o número de 150 pessoas era o limite. Diante disso tudo fica a certeza de que não é o tamanho da festa que garante a validade da ordenação.

No dia seguinte, 16 de agosto, celebrei minha primeira Missa na comunidade onde moram meus pais. Como estou de férias na casa da família, me coloquei ao dispor do pároco para celebrar Missas e ajudá-lo; uma forma de gratidão para com ele e para com o povo por tudo o que fizeram nestes anos que antecederam à ordenação. Fico muito contente por poder ajudar. E o que sinto depois da ordenação? Percebo que é um mistério tão grande, que quero aprofundar durante toda a vida, unido a Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.

Para onde vai, padre Edson? Sou enviado para a paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Mongaguá-SP. Ajudarei o pároco, padre Rogério, e padre Edmundo, superior da casa. Mongaguá fica à beira do Atlântico, e nossa paróquia está perto da praia. Já passei por lá umas quatro vezes e pude experimentar que o povo de lá é acolhedor e carinhoso. Rezem pelo meu ministério e pelo povo desta cidade da Baixada Santista, que acompanhará este novo padre nos primeiros passos do sacerdócio de Cristo, rumo ao Céu!

Por Cristo e pela Igreja!
Padre Edson José Hable, MIC