O consumo de drogas é um problema presente em muitos lares. Em geral, o primeiro contato com as drogas acontece no início da adolescência, e a maconha é a droga de maior consumo.
Isso se deve, em grande medida, à ansiedade, estresse e busca de novas experiências, que caracterizam a adolescência. A curiosidade, desejo de pertencimento e vontade de fugir da realidade, bem como a instabilidade familiar, também são fatores que contribuem para o uso de drogas.
Como saber se o meu filho usa drogas?
Os primeiros indícios são as mudanças de comportamento: irritabilidade; perda do sono ou períodos prolongados de sono; apetite voraz ou falta de fome; abandono dos estudos ou responsabilidades em casa; ruptura de acordos de convivência familiar; saídas de casa sem aviso; mudança ou perda de amigos (os que não consomem drogas se afastam dos que consomem, é um fenômeno de marginalização social).
Que consequências isso pode trazer?
Ao ter uma relação direta com substâncias proibidas, a pessoa acaba vivendo situações de risco, porque a percepção espaço-temporal muda, colocando-a constantemente em perigo de sofrer acidentes, overdose, perda da liberdade, extorsão, morte.
Como isso afeta a família?
O uso de drogas pode estar associado a algum transtorno de personalidade, o que provoca grande instabilidade, perturbando muitas áreas da vida da pessoa (formativa, laboral, afetiva, social) e daqueles com quem ela convive.
Além disso, todos os comportamentos associados, antes mencionados, são complexos para a família, porque são difíceis de entender e, portanto, de modificar.
Se o meu filho não assume que está usando drogas, o que devo fazer?
Ele dificilmente vai aceitar que está usando drogas. O ser humano utiliza inconscientemente a negação como mecanismo de defesa; se os pais fazem esta afirmação, devem ter cuidado para não criar um ambiente de perseguição ou julgamento, pois isso intensifica os mecanismos de defesa do filho.
É preciso procurar um profissional para o tratamento de qualquer situação relacionada ao uso, abuso ou dependência de substâncias químicas.
O que posso fazer para evitar ou corrigir esta situação?
– Informe-se amplamente sobre as drogas, seus efeitos e sobre as de maior consumo em sua comunidade.
– Reflita sobre qual será sua reação se o seu filho lhe contar que usa drogas.
– Não acuse seus filhos de um comportamento que você desconhece; pode ser o começo de um enfrentamento que não resolverá nada. Além disso, se você estiver errado(a), a relação ficará prejudicada.
– Procure um momento adequado para tratar do tema, sem interrupções.
– Não aborde o tema quando achar que seu filho está sob o efeito de alguma droga.
– Pergunte a opinião do seu filho sobre as drogas e escute com respeito o que ele lhe disser.
– Se você acha que seu filho está mentindo com relação às drogas, tente não ficar bravo(a). Procure abordar o assunto em termos de eficácia: pense em que comportamento seu pode ser mais útil para resolver o problema.
– Deixe bem claro que o que lhe preocupa é a saúde e o bem-estar do seu filho.
– Garanta que seu filho saiba que você está aí para ajudá-lo a superar qualquer dificuldade que se apresentar.
– Deixe claro que comportamentos você considera aceitáveis e que atitudes você não está disposto(a) a tolerar.
– Não recorra às ameaças; ainda que pareçam uma solução rápida a curto prazo, na prática, não dão os resultados esperados.
– Assegure que seu filho assume a responsabilidade pelos seus atos e as consequências que eles possam trazer.
– O mais importante é mostrar ao seu filho a legítima preocupação que você tem e o amor que você sente por ele.
– Finalmente, ofereça-lhe sua ajuda e peça apoio a profissionais (professores, médicos, psicólogos).
Nestas circunstâncias, como a fé em Deus pode ajudar os pais?
É prioritário que as famílias cresçam na fé, gerem ambientes saudáveis e de espiritualidade, que favoreçam o desenvolvimento dos filhos.
O problema da dependência química exige uma resposta biopsicossocial e espiritual, mas esta última pode ser determinante, porque vai ao fundo do problema.
O âmbito espiritual tem a ver com as questões mais íntimas do ser humano, como os sentimentos e a sensibilidade, e com aspectos tão profundos como a esperança e a fé, permitindo a realização como pessoas.
A vida espiritual é o que nos dá fortaleza para enfrentar os desafios da vida, aceitando o esforço e o sacrifício que forem necessários, e é isso que nos motiva a viver uma vida digna em liberdade, longe da escravidão das drogas.
Fonte: Desde la Fe