O mundo celebra hoje (9 de novembro) 33 anos da queda do Muro de Berlim. Este fato encerrou a Guerra Fria e o comunismo no Leste Europeu com o posterior desaparecimento da União Soviética.
Mas você sabia que São João Paulo II teve uma importante participação neste evento?
Resgate histórico do Muro de Berlim
O Muro de Berlim começou a ser construído em 13 de agosto de 1961. Contudo, ele é um resquício da Segunda Guerra Mundial.
Logo que terminou o regime nazista, os aliados dividiram o controle de Berlim, a capital da Alemanha, assim como o país. Portanto, o lado oriental ficou nas mãos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Já o lado ocidental ficou sob o controle dos Estados Unidos, Reino Unido e França.
Contudo, Berlim ficou inteiramente dentro do lado soviético, só que dividida pela metade. Sendo assim, o Muro foi construído pelo regime soviético. O objetivo era impedir a fuga das pessoas para o lado ocidental e democrático. Ainda assim muitos tentaram fugir e acabaram perderam a vida.
Logo, o Muro de Berlim passou a ser um símbolo da chamada “cortina de ferro” entre os países ocidentais e a URSS e seus países satélites.
A participação de São João Paulo II na queda do Muro
São João Paulo II foi eleito papa em outubro de 1978. Naquela época, a Europa não sabia como se livrar do comunismo. Mas ele teve um papel fundamental na queda dos regimes totalitários comunistas na Europa Oriental.
Quem relata, é Lech Walesa, líder político polonês e cofundador do Movimento Solidariedade. Walesa ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983, devido aos seus esforços para acabar com a tirania comunista na Polônia.
Contudo, foi São João Paulo II que teve a inspiração de criar o Movimento Solidariedade, cuja liderança foi assumida por Walesa. O Movimento Solidariedade chegou a aglomerar mais de um terço dos trabalhadores da Polônia. Sendo assim, teve um papel fundamental no fim do comunismo nesse país, assim como no resto da URSS.
Além disso, Walesa conta que em 1979 São João Paulo II esteve em Varsóvia (Polônia). Na ocasião, ele afirmou: “Não tenham medo”. E, em seguida, rezou: “Que o Teu Espírito desça e mude a imagem desta Terra”.
Também o historiador britânico Timothy Garton Ash, reconhece a importância de João Paulo II nos eventos que culminaram com a queda do Muro de Berlim.
“Embora ninguém possa provar de forma conclusiva que ele foi a principal causa do fim do comunismo. Mas as figuras mais importantes de todos os lados estão de acordo que ele foi”, afirmou Timothy.
Entre as “figuras mais importantes” que destacam a ação de São João Paulo II está o ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.
Além disso, o historiador destaca:
“Sem o papa polonês, não haveria ocorrido uma revolução de Solidariedade na Polônia em 1980. E sem Solidariedade, não teria acontecido nenhuma mudança dramática na política soviética em relação à Europa Oriental sob (Mikhail) Gorbachov. Sem essa mudança, não teria ocorrido uma revolução (na Checoslováquia) em 1989”.
Depois que as autoridades soviéticas permitiram, em 9 de novembro de 1989, a passagem do leste para o oeste de Berlim, as pessoas começaram a demolir o muro. E não muito tempo depois, em 1991, Mikhail Gorbachov dissolveu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Fragmentos do Muro de Berlim são conservados em Fátima
O emigrante português radicado na Alemanha, Virgílio Casimiro, ofereceu um fragmento do Muro de Berlim ao Santuário de Fátima (Portugal).
Logo, o fragmento do Muro de Berlim é preservado no Santuário de Fátima como um símbolo de agradecimento à Nossa Senhora. Trata-se de um grande bloco do Muro de pouco mais de 3 metros de altura por 1,20m de largura e cerca de 2600 quilos. O bloco chegou ao Santuário em 5 de março de 1991 com o apoio do consulado de Portugal em Frankfurt. O monumento foi inaugurado em 13 de agosto de 1994.
Além disso, permanece em exposição permanente um Terço cujas constas são feitas com pequenos pedaços do Muro de Berlim. Já as contas do Pai-Nosso representam os 5 novos Estados da Alemanha reunificada. Por isso essas contas foram confeccionadas com pedras dos palácios governamentais de cada um desses Estados, que foram oferecidas pelos seus presidentes.
O rosário foi feito também por Virgílio com a intenção de presentar o Papa João Paulo II por ocasião de sua visita ao Santuário em 1991.
Posteriormente, quando esteve novamente no Santuário em 1999, São João Paulo II afirmou que Fátima está intimamente ligada ao desmoronamento do império soviético.
O diretor do Museu de Fátima, Marco Daniel Duarte, diz que as aparições de Nossa Senhora em Fátima são consideradas pela Igreja como “uma mensagem política em ordem à paz mundial”.