Veja o mapa em alta resolução dos países nos quais os cristãos são perseguidos
Segundo a World Watch List 2016 publicado na última quarta-feira (13) pela Open Doors (Portas Abertas), em 2015, a perseguição contra os cristãos no mundo foi ainda mais agressiva e multiplicada. Cresceu 2,6 por cento, estendendo-se a países em que no passado era ausente. Os cristãos mortos por sua fé aumentou para 7.100, em comparação os 4.344 de 2014, e mais de 2.400 igrejas foram atacadas, destruídas ou seriamente danificadas, mais do que o dobro em relação a 2014, quando os ataques haviam sido 1.062. Estes são os resultados da edição de 2016 do Word Watch List, a lista dos 50 países nos quais os cristãos são mais perseguidos (clique aqui).
A World Watch List é elaborada anualmente pela Open Doors, Portas Abertas, a organização não-governamental que há mais de 60 anos documenta a situação dos cristãos no mundo, “ajuda-os com a oração e auxilia-os com a assistência material em seguida – como se lê na página de apresentação da instituição – para encorajar os cristãos a suportar a perseguição e fazer resplandecer a luz de Cristo”. Pelo décimo quarto ano consecutivo, o primeiro Estado da lista é a Coreia do Norte, onde um regime comunista cruel proíbe qualquer forma de devoção privada também. De 50.000 a 70.000 cristãos acusados de violar as proibições de culto são detidos em campos de trabalho forçado, em condições terríveis. Por eles Portas Abertas pede de rezar e pelos seus heroicos sacerdotes que tentam ajudar os fiéis enfrentando a ira do regime.
Os seis critérios. A WWList mede o grau de liberdade dos cristãos em viver a sua fé em cinco esferas da vida cotidiana: em privado, em família, na comunidade em que residem, na igreja em que frequentam e na vida pública do país nos quais vivem; a isto se acrescenta uma sexta unidade de análise utilizada para medir o grau de violência sofrida.
Em segundo lugar está o Iraque, o terceiro na última edição do ranking, um país onde os cristãos viveram por dois milênios e do qual agora estão desaparecendo, posto em fuga pelo Estado islâmico. Em terceiro lugar está a Eritreia, apareceu em 2002 pela primeira vez no ranking e subiu rapidamente alcançando o nono lugar em 2014. Aquela da Eritreia é uma das piores ditaduras do planeta. O regime proíbe qualquer forma de associação e controla todas as instituições religiosas. Também contribuiu fortemente para o surgimento e propagação do Islã radical no Norte da África.
Passando o olhar pelo resto da lista, o dado que emerge com toda a evidência é a confirmação de que o Islã é o primeiro e principal responsável pela perseguição anti-cristã atual. Estão, de fato, sete dos nove estados islâmicos no topo da lista, nos quais a perseguição é tão grave a ponto de ser definida como “extrema”. Além de Iraque, estão na lista, Afeganistão, Síria, Paquistão, Somália, Sudão e Irã. Na faixa sucessiva, naquela dos 16 países no qual a perseguição é “muito alta”, figuram 10 Estados de maioria islâmica; e outros dois – o Quênia, de maioria cristã e a Nigéria, onde os muçulmanos são cerca de 50% da população – os cristãos são ameaçados por grupos jihadistas, respectivamente pelo Shabaab, nascido na Somália, aliado com o Al Qaeda e Boko Haram, por mais de um ano ligada ao Estado Islâmico; e, por fim, na Etiópia o extremismo islâmico contribui para a perseguição, juntamente com outros fatores.
Ao todo, são 35 dos 50 os estados nos quais é o Islã a limitar a liberdade de culto, a discriminar os cristãos e sujeitá-los a formas de violência inclusive extremas. O segundo dado relevante é a confirmação da difícil situação dos cristãos que vivem na África. Os países africanos presentes na lista são 16, como na anterior, mas em sete deles a situação piorou e a metade aparecem nas duas faixas superiores nos quais a perseguição é “extrema” e “muito alta”. Ainda são africanos nove dos 15 estados sucessivos, do 51 ao 65 º lugar, onde os cristãos são perseguidos, também de forma menos grave. segundo Portas Abertas, o termo numérico da condição dos cristãos na África é talvez ainda pior do que no Oriente Médio.
Certamente a África, o Oriente Médio e a Ásia Central são as regiões geográficas na qual a perseguição anti-cristã está crescendo mais rápido. Portas Abertas também destaca outras tendências alarmantes: a expansão da esfera de ação do Estado islâmico em diversos Estados nos quais os grupos armados aliados criaram Califados; um fortalecimento do nacionalismo e das medidas de controle que agridem as liberdades individuais, em resposta ao extremismo islâmico; da parte dos muçulmanos, uma mais rigorosa prática religiosa, perigosa porque pode levar a atitudes intolerantes diante de pessoas de outras religiões, por medo de que os seus países possam cair nas mãos de extremistas e que as células adormecidas do Estado Islâmico possam tornar-se ativas; e mesmo um aumento dos Estados nos quais as minorias, incluindo as comunidades cristãs, são deixados à mercê de grupos violentos.
Outra tendência notada pelos relatores do World Watch List é a intensificação do êxodo dos cristãos, um fenômeno que afeta sobretudo os países e territórios de maioria muçulmana, devastada por jihadistas. Também neste caso, se o Oriente Médio é a situação mais desesperadora, a África agora não está atrás. Neste continente, especialmente na região subsaariana, tem sido crescente o número de cristãos – na ordem das centenas de milhares de pessoas – refugiados e desalojados, que fogem da região, como aqueles no nordeste do Quênia e da Nigéria, nos quais a presença jihadista não permite mais esperança.
Anna Bono