Por ocasião da solenidade da Epifania, o Papa rezou o Angelus nesta quarta-feira da janela de seu escritório no Palácio Apostólico, diante de uma multidão presente na Praça de São Pedro.
Dirigindo-se ao fiéis e peregrinos de todo o mundo, que o recebeu com um longo aplauso, o Pontífice disse:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho de hoje, a história dos Reis Magos, que foram do Oriente até Belém para adorar o Messias, atribui a festa da Epifania um clima de universalidade. Esse é o clima da Igreja, que quer que todos os povos da terra possam encontrar Jesus e vivenciar o seu amor misericordioso. Este é o desejo da Igreja: encontrar a misericórdia de Jesus, o seu amor.
Cristo acabou de nascer, ainda não sabe falar e todos os povos -representados pelos Magos- podem agora encontrá-lo, reconhece-lo e adora-lo. Os Magos dizem: “Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Herodes ouviu isso logo que os Reis Magos chegaram a Jerusalém. Estes Magos eram homens prestigiosos de regiões e culturas diferentes, e foram para a terra de Israel para adorar o Rei que havia nascido. Desde sempre, a Igreja viu neles a imagem da humanidade e com a celebração de hoje, da festa da Epifania, pretende levar respeitosamente todo homem e mulher deste mundo até o menino que nasceu para a salvação de todos.
Na noite de Natal Jesus se manifestou aos pastores, homens humildes e desprezados, alguns brigantes, dizem; eles foram os primeiros a levar um pouco de calor à gruta de Belém. Agora, chegam os Reis Magos de terras distantes, eles também misteriosamente atraídos por aquele Menino. Os pastores e os Magos são muito diferentes uns dos outros; mas têm uma coisa em comum: o céu. Os pastores de Belém correram imediatamente até Jesus, não porque eles eram bons, mas porque eles velavam de noite e olhando para o céu, viram um sinal, ouviram a sua mensagem e o seguiram. Da mesma forma os Reis Magos: perscrutavam os céus, viram uma nova estrela, interpretaram o sinal e se colocaram a caminho desde longe. Os pastores e os Magos nos ensinam que para encontrar Jesus é necessário saber elevar o olhar para o céu e não ficar fechado em si, no nosso egoísmo, mas termos o coração e a mente abertos para o horizonte de Deus, que sempre nos surpreende; é preciso que saibamos acolher suas mensagens e responder prontamente e com generosamente.
Os Magos, diz o Evangelho, ao verem “a estrela, experimentaram uma grande alegria”. Também para nós há uma grande consolação quando vemos a estrela, ou seja, quando nos sentimos guiados e não abandonados ao nosso destino. Esta estrela é o Evangelho, a Palavra do Senhor, como diz o Salmo: “A tua palavra é lâmpada para os meus passos e luz para o meu caminho”. Essa luz nos guia em direção a Cristo. Os Reis Magos, seguindo a estrela, chegaram ao lugar onde Jesus estava. Lá “eles viram o menino com Maria, sua mãe, prostraram-se e o adoraram”. A experiência dos Magos nos ensina a não contentar-nos com a mediocridade, a não vivermos “mais ou menos”, mas a procurar o sentido das coisas, a procurar com paixão o grande mistério da vida. Nos ensina a não nos escandalizarmos com a pequenez e a pobreza, mas a reconhecer a grandeza na humildade e a sabermos ajoelhar diante dela.
Que a Virgem Maria, que acolheu os Magos em Belém, nos ajude a elevar o olhar, a deixarmo-nos guiar pela estrela do Evangelho para encontrarmos Jesus e a sabermos nos abaixar para o adora-Lo. Assim, poderemos levar aos outros um raio de sua luz e compartilhar com eles a alegria desse caminho.
Após estas palavras, o Santo Padre rezou o Angelus:
Mariae nuntiavit Angelus Domini …
(Após o Angelus)
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje expressamos nossa proximidade espiritual aos irmãos e irmãs do Oriente cristão, católicos e ortodoxos, muitos deles celebram o nascimento do Senhor amanhã. Que a eles cheguem os nossos votos de paz e bem. Vamos dar um grande aplauso de saudação aos nossos irmãos orientais.
Recordamos também que a Epifania é o Dia Mundial da Infância Missionária. É a festa das crianças que com as suas orações e sacrifícios ajudam seus coetâneos mais carentes a serem missionários e testemunhas de fraternidade e solidariedade.
Dirijo a minha cordial saudação a todos vocês, peregrinos, famílias, grupos religiosos e associações da Itália e de diferentes países. Em particular, saúdo os fiéis de Acerra, Modena e Terlizzi; Escola de arte sacra em Florença; acampamento da juventude internacional do Lions Club.
Uma saudação especial a todos os que promovem a manifestação histórica e popular, dedicada este ano ao território do Valle dell’Amaseno. Também recordo a procissão dos Reis Magos que acontece em muitas cidades na Polônia que conta com uma grande participação de famílias e associações; bem como o presépio vivo realizada no Campidoglio pelos Frades Menores e pela UNITALSI, envolvendo pessoas com deficiência.
A todos desejo uma boa festa. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até breve!
(Transcrição do áudio e texto de ZENIT)