“Os homens de Deus que falaram ao povo e que não foram ouvidos, que foram descartados, serão a sua glória”
O Papa Francisco pediu na manhã desta segunda-feira que os cristãos nunca percam a esperança, pois o caminho da redenção é marcado por muitos fracassos.
Em sua homilia na Casa Santa Marta, o Papa comentava o Evangelho do dia, que propõe a parábola dos vinhateiros homicidas.
Deus constrói sobre a fraqueza, e lendo as páginas da história entre Deus e o seu povo – afirmou o Papa Francisco – “parece ser uma história de falências”. Assim como a parábola dos vinhateiros homicidas parece ser o “fracasso do sonho de Deus”. Há um patrão que constrói uma bela vinha e os operários que matam todo servo enviado por ele. Mas é justamente daquelas mortes que tudo ganha vida.
“Os profetas, os homens de Deus que falaram ao povo, que não foram ouvidos, que foram descartados, serão a sua glória. O Filho, o último enviado, que foi completamente descartado, julgado, não ouvido e morto, se tornou a pedra angular. Esta história, que começa com um sonho de amor e que parece ser uma história de amor, acaba depois numa história de falências, acaba com o grande amor de Deus, que do descarte nos dá a salvação; do seu Filho descartado, Ele nos salva a todos”.
É aqui que a lógica da falência “se inverte”, afirma o Papa. Jesus lembra isso aos chefes do povo, citando a Escritura: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular. Isto vem do Senhor, e é maravilha aos nossos olhos”. “É bonito ler a Bíblia”, prossegue Francisco, ler também os “lamentos de Deus”, do Pai que “chora” quando o povo “não sabe obedecer a Deus, porque quer se tornar deus”.
“O caminho de nossa redenção é um caminho de muitos fracassos. Até mesmo o da cruz é um escândalo, mas é ali que vence o amor. Aquela história que começa com um sonho de amor e continua com uma história de falências, termina na vitória do amor: a cruz de Jesus. Não devemos nos esquecer desse caminho, é um caminho difícil. Também o nosso! Se cada um de nós fizer um exame de consciência, verá quantas vezes, quantas vezes expulsou os profetas. Quantas vezes disse a Jesus: Vai embora, quantas vezes quis salvar si mesmo, quantas vezes pensamos que éramos justos.”
“Portanto, não nos esqueçamos nunca”, concluiu Francisco, que é na morte na Cruz do Filho de Deus que se manifesta “o amor de Deus ao seu povo”. “Nos fará bem recordar, lembrar essa história de amor que parece ser um fracasso, mas no final vence. É a história a ser lembrada na história de nossa vida, daquela semente de amor que Deus semeou em nós e fazer o mesmo que Jesus fez por nós: se humilhou”.
fonte: Rádio Vaticano