A “boa educação” exige o uso de três palavras simples, mas difíceis de colocar em prática. Sem elas, podem-se abrir “rachaduras” que levam as famílias a “desmoronar”. “Com licença, obrigado e desculpas”: estas são as palavras-chave da paz dentro de casa, segundo o Papa Francisco.
Na catequese dessa quarta-feria (13.05), o Papa falou sobre a questão da ‘boa educação’, lembrando as três palavras tão simples, mas ao mesmo tempo tão difíceis de colocar na prática.
Quando essas palavras não são usadas, podem-se abrir ‘rachaduras’ que levam as famílias a ‘desmoronar’.
Mas o hábito de ser ‘bem educado’ não pode se traduzir apenas em formalismo, em aridez – ressalvou Francisco, lembrando o provérbio “Por trás das boas maneiras escondem-se maus hábitos” e citando “o diabo, que quando tentou Jesus, parecia um cavalheiro”.
A boa educação deve ser entendida nos seus termos autênticos: o estilo das relações deve ser profundamente radicado no amor do bem e no respeito do outro. A família vive da ‘fineza’ de se querer bem.
Três palavras
O Papa começou pela palavra ‘licença’, explicando que “entrar na vida do outro, mesmo que faça parte da nossa, requer a delicadeza de um comportamento não invasor.
“A intimidade não autoriza a dar tudo por certo. Quanto mais íntimo e profundo o amor, mais exige respeito da liberdade e a capacidade de aguardar que o outro abra as portas de seu coração”.
A segunda palavra, ‘obrigado’, nos lembra que na nossa civilização atual, a gentileza e a capacidade de agradecer são vistas às vezes como um sinal de fraqueza.
“Sejamos intransigentes na educação à gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui. Se a vida familiar subestima este estilo, a vida social também o perderá. A gratidão, para quem crê, está no coração da fé: um cristão que não sabe agradecer é alguém que esqueceu a linguagem de Deus”, repetiu duas vezes.
Improvisando, o Papa revelou ter conhecido uma senhora de muita ‘sabedoria’, que dizia que “a gratidão é uma planta que cresce somente na terra de pessoas de alma nobre”.
Enfim, o termo ‘desculpas’, palavra difícil, mas muito necessária, afirmou o Papa, mencionando a oração do Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossa ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
“Se não formos capazes de pedir desculpas, não seremos capazes de perdoar. Nas casas aonde não se pede desculpas, falta ar e feridas começam a se abrir. Também na vida de casal briga-se muitas vezes, mas o conselho do Papa é sempre o mesmo: nunca terminar o dia sem fazer as pazes, e para isso, é suficiente um pequeno gesto.. pode ser até um carinho, sem palavras…”.
Concluindo, Francisco reiterou que “estas três palavras são tão simples que até podem nos fazer sorrir… mas quando as esquecemos, não é muito engraçado”.
“Que o Senhor nos ajude a colocá-las no lugar certo, no nosso coração, em nossas casas e também na convivência civil”, completou, convidando a Praça a repetir com ele as três palavras-chave e a invocação de fazer as pazes com a família antes de ir dormir.
fonte: Rádio Vaticano