“Sentir necessidade de cura e confiar n’Ele” são os únicos requisitos para ter acesso ao coração de Jesus. E as curas que realizou indicam que todos são admitidos no caminho do Senhor, ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. E a única morte que devemos temer, é a do coração endurecido e mumificado pelo mal e pelo pecado.
Inspirando-se nas curas da filha de Jairo e da hemorroíssa, narradas no Evangelho de Marcos proposto pela liturgia deste domingo (1º de julho), o Papa Francisco falou aos 20 mil fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro sobre a fé e a vida nova trazidas por Jesus, ressaltando que a única morte que devemos temer é a do coração endurecido pelo mal.
“O Evangelho deste domingo apresenta dois prodígios realizados por Jesus, descrevendo-os quase como uma espécie de marcha triunfal para a vida”, disse Francisco ao começar sua alocução, para então descrever o que aconteceu na casa de Jairo naquele dia.
Ao saber da notícia de que a filha dele havia morrido, Jesus lhe disse apenas: “Não tenha medo, apenas tenha fé!” E ao chegar na casa, mandou sair a multidão que lamentava e dirigiu-se ao quarto da menina, dizendo: “Levanta-te”. “E imediatamente a menina levantou-se, como se despertasse de um sono profundo”.
Francisco passa então ao segundo milagre narrado por Marcos, a cura da hemorroísa, destacando o fato de que “a fé dessa mulher atrai, e me vem o desejo de dizer “rouba” o poder salvador divino que existe em Cristo, que, sentindo que uma força que “saiu dele”, tenta entender quem tenha sido. E quando a mulher, com tanta vergonha, se aproxima e confessa tudo, Ele diz a ela: ‘Filha, a tua fé te salvou’”.
Prossegue o Papa: “A partir disso entendemos que todos são admitidos no caminho do Senhor: ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. Para ter acesso ao seu coração, ao coração de Jesus, há apenas um requisito: sentir necessidade de cura e confiar n’Ele”.
O Papa sabiamente observa que Jesus descobre essas pessoas em meio à multidão, “e as tira do anonimato, libertando-as do medo de viver e ousar”.
Nesta página do Evangelho – explicou – os temas da fé e da nova vida que Jesus veio oferecer a todos se entrelaçam. “Jesus é o Senhor e, diante dele, a morte física é como um sono: não há motivo para desesperar-se. Outra é a morte da qual devemos ter medo: a do coração endurecido pelo mal!”:
“Ah, dela sim devemos ter medo! Quando nós sentimos ter o coração endurecido, o coração que se endurece e me permito a palavra: o coração mumificado. Devemos ter medo disto. Esta é a morte do coração. Mas mesmo o pecado, mesmo o coração mumificado, para Jesus nunca é a última palavra, porque Ele nos trouxe a infinita misericórdia do Pai. E mesmo que caíssemos, a sua voz suave e forte nos alcança: “Eu te digo: levanta-te!””
“É belo ouvir aquela palavra de Jesus dirigida a cada um de nós: “Eu te digo: levanta-te. Vai. Levanta-te, coragem. Levanta-te”. E Jesus restitui a vida à menina e restitui a vida à mulher curada: vida e fé às duas”.
Ao concluir o Papa pede para invocarmos a intercessão materna da Virgem Maria, “por nossos irmãos que sofrem no corpo e espírito”.
Fonte: Vatican News