A quinta palestra do 21ª Congresso Nacional da Misericórdia foi ministrada pela Irmã Jacinta Motorna, da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso. Esta congregação foi pedida por Jesus a Santa Faustina e fundada pelo bem-aventurado padre Miguel Sopoćko, diretor espiritual de Santa Faustina.

O tema desta quinta palestra foi “As bem-aventuranças e os frutos do Espírito Santo”, e é baseada no livro “A misericórdia de Deus em Suas obras, vol. 3” do padre Miguel Sopoćko.

Acompanhe a síntese!

Quinta palestra

Irmã Jacinta iniciou esta quinta palestra perguntando: “O que o Espírito Santo tem a ver com a misericórdia? Qual o papel Dele na misericórdia?”

A Irmã recorda que cada ato, tudo que acontece em nossa vida, é ação da misericórdia de Deus. “Mas nós nem sempre percebemos isso. Nós estamos tão cegos que realmente precisamos muito da graça do Espírito Santo para entender”.

Logo, ela convida a todos a se questionar: “O que eu quero mudar na minha vida?”. E continuou: “Nós tanto rezamos ao Espírito Santo, tanto ouvimos sobre temas do Espírito Santo e de dons. Mas vocês perceberam como é forte a ligação do Espírito Santo com a misericórdia? E por quê? Porque só quem tem o Espírito Santo consegue falar sobre a misericórdia”.

“Sem o Espírito Santo não temos coragem, sem Ele nós paramos, começamos a ficar velhos em nossas almas”.

Precisamos escutar Deus

Escutar Deus é, muitas vezes, muito diferente do que nós pensamos. E se nós tivéssemos mais coragem de escutar Ele, estaríamos hoje muito mais inteiros, íntegros, felizes…”

“Então o mais importante é ouvir, antes de tudo temos que ouvir. Mas uma grande pena é que muitos se esquecem disso”, lamentou a Irmã. “Se eu não escuto, como posso amar a Deus?”

“E o que significa amar? É aceitar, perdoar, confiar? Para cada um de nós vai ter um sentido. Por quê? Porque em cada situação que passamos vamos precisar de algo diferente do amor. E cada vez nós precisamos escutar. Mas onde eu posso escutar Deus? Diante Dele, no silêncio. E o silêncio é algo que hoje muito necessitamos, algo muito importante, que pode nos erguer e nos pôr em pé”.

Irmã Jacinta Motorna. Imagem: Laurek Fotografia

Então, a Irmã Jacinta chamou atenção para algo que acontece muito hoje em dia: em vez de adorarmos a Deus, nós adoramos o nosso sofrimentos, as nossas dores, as palavras de alguém. E que nossas orações não nos transforma porque em vez de adorarmos a Deus, nos lamentamos diante de Deus.  

“Nós, às vezes, nos esquecemos de que ser cristão é seguir o caminho de Cristo. E qual é o caminho de Cristo? A cruz! Mas nós queremos esquecer isso, e não tem como. E se eu tenho que carregar algo em minha vida, eu vou carregar. Mas Deus sabe o quanto conseguimos carregar e Ele não dá nunca a mais”.

Portanto, a Irmã Jacinta recordou nesta quinta palestra que na Imagem Jesus tem chagas nas mãos para dizer que nós estamos nessas chagas; para nos dizer que sofrimento e exigência são coisas muito presentes em nossa vida.

Por que a devoção a Divina Misericórdia é tão importante?

E misericórdia é sempre nova e ela nos dá de volta a esperança, nos a ajuda a acreditar que Deus não vai nos abandonar.

Em nossa vida, destaca Irmã Jacinta, “muitas vezes falamos para Deus ‘eu não quero te escutar’. Nós reagimos com as pessoas desse jeito. Quantas pessoas nós já machucamos? Quantos nos machucaram? Mas o Espírito Santo, com todos os dons, sempre fala ‘aqui é o limite, aqui não pode passar’. E sabe o que hoje acontece no mundo? Nós não sabemos o que fazer”.

E continua: “Temos algo muito muito firme na nossa Igreja – Bíblia, Catecismo, Tradição da Igreja – e se nós queremos mudar algo, estamos perdidos”.

Logo, a Irmã questiona: “O que é pecar contra o Espírito Santo? É quando eu não estou discernindo em minha vida o que é bom e o que é ruim”. E complementa: “Nós somos responsáveis pelas nossas atitudes”.

Continuando, a Irmã afirma que Jesus veio a esta Terra para nos mostrar que nosso Deus é bom e misericordioso. Recorda que sua vida foi muito difícil, mas que Jesus não questionou o Pai por que deveria ir para cruz, por que deveria acontecer tudo aquilo com Ele. Mas que nós sempre fazemos isso, as vezes não com palavras, mas temos esses questionamentos dentro de nós.

Logo, Irmã Jacinta destaca: “Sem oração nós não conseguimos enxergar Deus como Ele é. Não conseguimos escutá-Lo e nos escutar”.

“Hoje muitas pessoas não acreditam que Deus é misericordioso, não querem rezar o Terço da Misericórdia”. Além disso, constatou: “Hoje muitos pensam muito mal a respeito de si mesmas. E para essas pessoas não podemos falar que devem fazer isso ou aquilo, mas devemos falar que Deus é misericordioso e que as acolhe com elas estão”.

Na quinta palestra, palavras do Evangelho de hoje

Imagem: Laurek Fotografia

Citando a oitava bem-aventurança: “Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10), a Irmã  destaca um versículo do Evangelho de hoje (13/11):

“Gravai bem no vosso espírito: não prepareis vossa defesa, porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários” (Lucas 21,14).

“Essas palavras dão medo, expõe a Irmã, e o que acontece hoje no mundo dá medo”. Muitos de nós tem medo de se dizer cristão no trabalho ou na família. “Mas se não escolhemos Deus, quem nós escolhemos?”. E, portanto, só o Espírito Santo pode nos dar essa graça de escolhermos a Deus. “Ou escolhemos os frutos do Espírito Santo, ou os frutos da carne”.

“Se hoje nós temos ainda muito medo, muita angústia, temos que muito mais pedir os dons do Espírito Santo. Pedir com humildade, pedir que o Senhor nos dê o que Ele preparou parou para nós”.

Finalizando a quinta palestra, Irmã Jacinta convidou os congressistas a fecharem os olhos e a pensar: “Como hoje eu estou confiando em Deus? E então repetir: Jesus, eu confio em Vós”.