Há 45 anos, na noite de 16 de outubro de 1978, um evento histórico ocorreu no Vaticano que marcaria uma reviravolta na liderança da Igreja Católica. Naquela noite, um novo Papa era eleito, e sua escolha foi significativa por diversos motivos. O cardeal eleito para se tornar o novo líder da Igreja Católica não era italiano, o que representou uma quebra de tradição de 456 anos, durante os quais todos os papas anteriores eram de nacionalidade italiana.
O nome do novo Papa era Karol Wojtyla, um polonês que viria a ser conhecido pelo mundo como João Paulo II e se tornaria São João Paulo II. Sua eleição teve um grande impacto, não apenas por seu caráter inovador, mas também porque ele foi o primeiro Papa não italiano em quatro séculos. Esse marco histórico refletiu a diversificação e globalização da Igreja Católica, bem como o reconhecimento de que a fé católica era praticada em todo o mundo.
João Paulo II se tornou um dos papas mais influentes e carismáticos da história moderna, liderando a Igreja Católica por quase 27 anos. Durante seu papado, ele abordou questões sociais, políticas e morais, desempenhando um papel significativo no contexto da Guerra Fria e do colapso do comunismo na Europa Oriental.
Além disso, João Paulo II era conhecido por suas visitas pastorais a diversos países e seu apelo à paz, à justiça social e à promoção dos direitos humanos em todo o mundo. Sua influência e carisma o tornaram uma figura globalmente respeitada, independentemente da afiliação religiosa.
A eleição de João Paulo II como Papa em 1978 e seu longo pontificado tiveram um impacto duradouro na Igreja Católica e na história mundial. Sua liderança visionária e seu papel na queda do comunismo na Europa Oriental solidificaram seu lugar na história como uma das figuras religiosas mais notáveis do século XX.
João Paulo II: Deus é misericórdia
Inspirado pelo Concílio do Papa João XXIII, o Papa João Paulo II assumiu de todo o coração sua estratégia pastoral de misericórdia. Na verdade, ele até levou essa estratégia um passo adiante.
O Papa João Paulo II acreditava que, entre todas as verdades, e a mais importante, que os católicos modernos precisam levar em suas vidas, da cabeça ao coração, é a que Deus é misericórdia. É essa verdade, acreditava João Paulo, que nos ajuda a compreender realmente nosso Pai no céu e o Coração de nosso Salvador.
E assim, como Papa, João Paulo II enfatizou o tema da misericórdia. Ele poderosamente proclamou a misericórdia em uma de suas primeiras cartas encíclicas, Dives in Misericordia (Rico em Misericórdia). Ele proclamou a canonização de Irmã Faustina e promoveu a mensagem da Divina Misericórdia como uma forma concreta de ajudar as pessoas a apreciarem a verdade do amor misericordioso de Deus.
Por exemplo, no ano 2000, ele instituiu o Segundo Domingo de Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. Finalmente, ele consistentemente anunciou que não há nada que o mundo precise mais do que misericórdia. De fato, em sua última mensagem do Domingo da Divina Misericórdia, ele enfatizou: “Quanto o mundo precisa para entender e aceitar a Divina Misericórdia!”.
A misericórdia no coração da humanidade
Por que o Papa João Paulo II (e a Igreja) colocou tanta ênfase em introduzir a misericórdia nos corações da humanidade? O cumprimento da missão de misericórdia de Santa Faustina relaciona-se com nada menos que a Segunda Vinda de Cristo.
O Padre Seraphim Michalenko, MIC, sacerdote da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição nos EUA, vice-postulador da causa de canonização de Ir. Maria Faustina – autoridade proeminente na Divina Misericórdia, aponta a conexão: “A Divina Misericórdia é uma doutrina que nos lembra de uma maneira nova a verdade esquecida, mas imemorável, da extensão ilimitada do amor misericordioso de Deus pelo homem”.
Ele continua, “o Diário de Santa Faustina registra o progresso desta revelação do mistério da misericórdia, e liga o cumprimento dessa revelação ao retorno de Jesus a terra. Quando Cristo retornar, Ele não estará lidando com o pecado. Ele já fez isso no Calvário. O tempo antes da Segunda Vinda, ele disse a Santa Faustina, seria uma época de misericórdia sem precedentes para toda a humanidade”.
O que especificamente Jesus disse a essa humilde freira? “Prepararás o mundo para a Minha última vinda” (Diário, 429). Jesus também disse a Santa Faustina que a “centelha que preparará o mundo para a Minha Vinda derradeira” sairá da Polônia (Diário, 1732) – a amada terra de Karol Wojtyla, João Paulo II. Parece certo que João Paulo foi esta “centelha”.
João Paulo compreendeu plenamente a implicação dessas palavras, e também Santa Faustina. A “centelha” da Polônia promoveu a Divina Misericórdia incansavelmente por mais de meio século como sacerdote e prelado.
Informações: Divine Mercy