De 1 a 7 de outubro vivemos dentro da Igreja a Semana Nacional da Vida, e em 8 de outubro celebramos o Dia do Direito à Vida e o Dia do Nascituro – aquele que está por nascer.

Neste tempo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade religiosa que criou o evento, nos convida à reflexão sobre o valor e o direito à vida, desde a sua concepção até a sua morte natural.

Em tempos de grandes debates sobre a eutanásia e a legalização ou não do aborto no Brasil, a Igreja nos recorda que precisamos defender aqueles que não têm voz para pedir por ajuda.

A Misericórdia Divina e o Direito à Vida

Santa Faustina Kowalska, apóstola da Misericórdia Divina, teve inúmeras experiências místicas com as almas do purgatório. Em muitas ocasiões ela sentia que determinada alma pedia a sua oração para obter o alívio dos sofrimentos suportados no purgatório.  E, em outras tantas vezes sabia interiormente que deveria rezar por determinada pessoa que estaria, naquele momento, no leito da morte. Muitas vezes o próprio Jesus lhe pedia que ela rezasse por estes casos.

Além de rezar pelas almas do purgatório, Faustina oferecia a Deus sacrifícios e penitências e oferecia seus próprios sofrimentos para desagravar o Coração de Jesus.

Talvez agora você deva estar se perguntando: “Mas, afinal, o que isso tem a ver com o direito à vida?”.  Você vai compreender isso agora!

Entre as experiências que Santa Faustina teve com as almas do purgatório, certa vez ela conheceu a tristeza de Jesus pela maldade feita contra a vida das crianças.  Ela teve a visão de um grupo de crianças que lhe pedia ajuda. Veja o que ela anotou em seu Diário:

“Em um certo momento, vi o convento da nova congregação. Quando eu estava andando e visitando tudo, de repente vi um grupo de crianças de cinco a onze anos. Quando me viram, rodearam-me e começaram a gritar em voz alta: “Defenda-nos do mal!” — e levaram-me à capela que havia nesse convento. Quando lá entrei, vi nela o Senhor martirizado. Jesus olhou bondosamente para mim e disse-me que estava sendo — gravemente ofendido pelas crianças. Tu deves defendê-las do mal. A partir de então rezo pelas crianças, mas sinto que não basta só a oração” (Diário, 765).

Sim, era preciso mais do que a sua oração. Jesus permitiu que ela sofresse em reparação pelo pecado do aborto.  Ela narra:

“Hoje desejei ardentemente rezar uma Hora Santa diante do Santíssimo Sacramento; no entanto, outra era a vontade de Deus. Às oito horas, comecei a sentir dores tão violentas que tive que me deitar imediatamente. Fiquei me contorcendo nessas dores por três horas, isto é, até as onze da noite. Nenhum remédio me ajudou, e vomitava tudo o que engolia. Em certos momentos, essas dores me faziam perder a consciência. Jesus me permitiu conhecer que, dessa maneira, participei da Sua agonia no Jardim de Oliveiras e que Ele mesmo permitiu esses sofrimentos para desagravar a Deus pelas almas assassinadas no ventre de mães perversas. Já passei três vezes por esses sofrimentos; (…) Queira Deus que eu possa salvar com esses sofrimentos ao menos uma alma do homicídio” (Diário, 1276).

Assim como Santa Faustina fez o que Jesus lhe permitiu para salvar vidas, cada cristão é chamado a defender a vida, desde a sua concepção até a morte natural. É dever do cristão lutar contra a descriminalização do aborto e da eutanásia. Agir no que puder e rezar, é a nossa missão.

Independente de como a criança tenha sido gerada, fruto de um amor conjugal ou de um ato de violência, ela tem o direito de nascer. Sua mãe ou seu pai não podem assassiná-la. O aborto não deve ser uma opção, assim como também a eutanásia não pode ser vista como a solução para pôr fim a um sofrimento.  Aqueles que estão no leito, enfermos, devem ser amparados por sua família até seu último instante, sua morte natural.

Como devotos de Jesus Misericordioso, rezemos sempre para que a humanidade compreenda o valor da vida.

Gislaine Keizanoski