Dia 14 de setembro, sábado, às 10h, foi a data que marcou os Votos Perpétuos do Irmão Marcelo da Silva Soares dos Santos, MIC, seminarista da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição.

Natural do Rio de Janeiro, o Irmão Marcelo está há 7 anos vivendo o chamado da vocação religiosa no seminário dos Padres Marianos. Os votos realizados neste dia 14 reforçam a realidade das suas escolhas: viver comprometido e impelido por Deus, entregando-se para sempre sob os votos de castidade, pobreza e obediência, a exemplo de Jesus.

A celebração foi presidida pelo Provincial dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, Pe. Jair Batista, MIC, e contou com a presença dos demais sacerdotes e seminaristas da Congregação. Também presenciaram o momento, os familiares de Marcelo, os Padrinhos e Madrinhas Vocacionais e a comunidade paroquiana.

Conheça mais sobre a vocação do Irmão Marcelo, MIC

Vocação: amar até às últimas consequências

Quais as decisões mais importantes que você já tomou na vida? Já parou para pensar que nossas escolhas vão traduzindo aquilo que buscamos ser? Já percebeu que as pequenas escolhas que fazemos diariamente são consequências de uma escolha maior e mais profunda? Concorda comigo que hoje parece cada vez mais difícil assumir um compromisso “para sempre”?

Para muitos o “para sempre” se tornou uma expressão distante, utópica, que não dá para viver. De fato, é impossível saber o dia de amanhã. Contudo, o “para sempre” não está em um futuro desconhecido, ele está em nossas mãos: no presente, no agora, na decisão de fazer dar certo. O “para sempre” se traduz na decisão de amar até às últimas consequências hoje, mesmo quando os acontecimentos não nos geram alegria, esse foi o exemplo de Jesus na cruz.

Com base nisso gostaria de partilhar uma grande escolha, da qual derivarão todas as outras pequenas escolhas que farei na vida. Hoje me encontro com 26 anos, e no dia 14 de setembro, Festa da Exaltação da Santa Cruz, me comprometi, impelido por Deus, a viver para sempre sob os votos de castidade, pobreza e obediência, a exemplo de Jesus. Mas como se dá esse processo?

Assim como na vida de um casal existe um período de namoro e noivado antes do casamento, na vida religiosa também há um caminho de discernimento e maturidade da vocação. Em meu caso, entrei na Congregação dos Padres Marianos no ano de 2012 e neste período de 7 anos vivi a experiência do Postulantado (9 meses iniciais), do Noviciado (um ano de aprofundamento e recolhimento), do estudo de Filosofia (3 anos), da Pastoral (um ano na querida cidade de Adrianópolis), e do estudo de Teologia (onde me encontro, no 2º ano).

Muitos veem a consagração de um religioso como uma realidade tão sublime que o afasta do mundo e das pessoas. Será que é mesmo assim? Como Deus chama à vida religiosa? Partilharei um pouco de minha experiência.

Sou natural do Rio de Janeiro, Ilha do Governador, Comunidade Nossa Senhora das Graças (Boogie Woogie). Sou o 4º dos cinco filhos de meu pai Enoch Soares dos Santos (natural de Guarabira – PB) e de minha mãe Célia Maria da Silva (natural do Rio de Janeiro – RJ). Senti o chamado de Deus aos 11 anos de idade. Nesta ocasião, não cheguei à conclusão que deveria ser Padre ou Irmão Religioso, mas sentia dentro de mim que a vida só valia à pena ser vivida se respondesse ao infinito amor de Deus, como um ato de gratidão. A partir disso a minha imagem de Deus mudou: não se tratava mais de um Deus que atuou apenas nas Escrituras e na vida dos santos, e sim de um Deus que agia também na minha história, era o Deus de meus pais e o meu Deus.

Apoiado nisto respondo as perguntas que fiz anteriormente e concluo essa breve partilha: a vocação à vida religiosa é sublime não porque nos afasta do mundo e das pessoas, mas justamente pelo contrário: ela nos aproxima da realidade e da vida das pessoas. E Deus não me convidou a segui-Lo na Vida Religiosa porque sou acima da média ou melhor do que os demais, Ele simplesmente sonhou este projeto de salvação para mim e me convidou a sonhá-lo com Ele. Vocação é serviço e este é o modo que quero servir “para sempre”. Ou melhor… agora!

Peço a tua oração por minha vocação e santificação, para que a consagração perpétua me ajude, a exemplo da Mãe Imaculada, a ser sinal de comunhão, aliança e fraternidade.

Ir. Marcelo da Silva Soares dos Santos, MIC.