Ainda não foram divulgadas as considerações finais a serem adotadas em relação à reforma da Cúria romana, uma tarefa que conta com o empenho do Papa Francisco há mais de um ano. Neste trabalho o Santo Padre é acompanhado por um grupo de nove cardeais conhecido como “C9” que analisam, refletem e estudam o que medidas tomar.

Na manhã do dia 10/02, a maioria dos integrantes do Colégio Cardinalício -165 nesta ocasião- escutaram de primeira mão os avanços que se deram a respeito. Também tiveram tempo de discutir sobre certos aspectos e de realizar contribuições.

Assim o explicou à imprensa o porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, que esclareceu que 25 cardeais justificaram a sua falta a esta primeira reunião por motivos de saúde ou pela dificuldade para viajar a Roma.

Entre as propostas deste primeiro dia se encontra a de unificar os diversos dicastérios em dois grandes organismos: um que se ocupe dos leigos, família e vida; e outro que agrupe Justiça e Paz, Cor Unum (a Cáritas Vaticano), Pastoral da Saúde e Migrantes. A este segundo se somaria um novo departamento, que ainda não existe e que se ocuparia das questões relacionadas com a ecologia humana e social e o cuidado do meio ambiente.

Na manhã do dia 12/02, o Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, coordenador do “C9”, e Dom Marcello Semeraro, Secretário da Comissão, apresentaram para o Colégio Cardinalício a base das reformas.

Entretanto, o Cardeal ressaltou que o Conselho de Cardeais não foi criado unicamente para reformar a Cúria, embora seja a sua tarefa principal, mas também para ajudar o Santo Padre em outros assuntos. Entre eles, os Sínodos Extraordinário e Ordinário sobre a Família, a Comissão para a Proteção de Menores, as reformas do chamado Banco Vaticano (IOR) ou o estudo da melhora dos distintos meios de comunicação da Santa Sé.

O Secretário do Conselho de Cardeais se deteve de maneira especial em esclarecer o significado teológico das possíveis mudanças e não só os seus aspectos organizacionais e de eficácia.

Na manhã houve tempo para doze intervenções. Falou-se da função da Cúria Romana e sua relação com as conferências episcopais do mundo, assim como a simplificação e racionalização da mesma.

Mencionou-se também a possibilidade de uma pessoa que exerça de “moderador da Cúria”, tarefa da qual se ocuparia a Secretaria de Estado, sem necessidade de nomear alguém de fora para esta tarefa, precisou o Pe. Lombardi.

A reforma desembocará em uma nova constituição que substituirá a Pastor Bonus que estabelece o funcionamento da Cúria Romana e que foi publicada em junho de 1988 por São João Paulo II. Desde a sua publicação até hoje, esta é a constituição que rege o funcionamento dos organismos vaticanos.

Embora ainda não haja nada decidido, é possível que conforme avancem os trabalhos, coloquem a prova algumas medidas experimentais para comprovar a sua eficácia até a reforma final.

Por último, o Pe. Lombardi descartou a possibilidade de que um leigo seja colocado à cabeça de alguma das Congregações já que sempre são presididas por cardeais, embora assegurou que sim é provável que se encarregue de algum outro organismo que tenha outra forma jurídica.

fonte: aci digital