Louvores à misericórdia – O amor de Deus é a flor, e a misericórdia, o fruto – Parte 5

Santa Faustina escreveu em seu Diário, no dia 12 de fevereiro de 1937, algumas invocações à Divina Misericórdia. Com base nessas invocações, o Padre Miguel Sopoćko compôs uma Ladainha à Misericórdia Divina, melhorando algumas das invocações e acrescentando outras por sua própria conta (cf. Carta do Pe. Sopoćko de 14.5.1972).

Irmã Faustina escreveu: “Que a alma que desconfia leia estes louvores à misericórdia e torne-se confiante” (Diário, 949).

Esta ladainha será analisada linha por linha para que possamos nos tornar mais confiantes em Jesus, a Divina Misericórdia.

Esta é a quinta parte da série ‘O amor de Deus é a flor – Misericórdia, o fruto’.

Veja aqui:
[Parte 1]
[Parte 2]
[Parte 3] 
[Parte 4]

 

Misericórdia Divina, doce consolo para os corações atormentados, eu confio em Vós.

Certa ocasião, após uma reunião com seu diretor espiritual, o Bem-Aventurado Padre Miguel Sopoćko, Santa Faustina escreveu: “conheci a sua alma atormentada. Essa alma crucificada é semelhante à do Salvador. Onde justamente espera consolo, encontra a cruz. Vive entre muitos amigos, mas não tem ninguém além de Jesus. É assim que Deus despoja aquela alma que Ele ama de maneira especial.” (Diário, 1259).

Almas angustiadas realmente têm um amigo em Jesus. Jesus foi rejeitado, traído, espancado, escarnecido, torturado e crucificado. Ele conhece nosso sofrimento humano intimamente. Mesmo que às vezes não possamos encontrar consolo nesta terra, a misericórdia de Jesus sempre pode ser nosso alívio e esperança.

 

Misericórdia Divina, única esperança dos desesperados, eu confio em Vós.

Em momentos de escuridão e desespero, a única luz que brilha é o Senhor. Muito parecido com a lâmpada do santuário acesa o tempo todo, mesmo quando uma igreja está escura, Jesus é nossa luz e esperança que nunca se extingue. Ele reina por toda a eternidade na mão direita do Pai. Sua Divina Misericórdia nos perdoa de todos os nossos pecados, se apenas pedirmos. “Quanto maior o pecador, tanto maiores direitos tem à Minha misericórdia”, diz Jesus a Santa Faustina (Diário, 723). Em momentos de desespero, clame a Ele. Seja por pecado, sofrimento ou morte, clame a Ele, confie Nele. Ele estará com você, como sempre está.

 

Misericórdia Divina, repouso dos corações, paz em meio ao terror, eu confio em Vós.

Jesus disse a Santa Faustina: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia” (Diário, 300). Quando confiamos no Senhor, Ele repousa nossos corações e nos acalma em meio ao medo. Ele prometeu através de Santa Faustina: “Não estarás sozinha, porque Eu estou contigo sempre e em toda parte. Junto ao Meu Coração, nada temas” (Diário, 797). Volte-se com confiança ao Seu Coração Misericordioso e incentive outros a fazê-lo. Só então teremos paz e repouso.

 

Misericórdia Divina, delícia e êxtase dos santos, eu confio em Vós.

Quando você pensa em êxtase, pode ter uma imagem em mente de santos flutuando no ar, ou uma imagem de alguém perfurado com uma flecha de amor de um anjo, como no “O êxtase de Teresa de Ávila”, de Bernini. No Diário de Santa Faustina, ela escreve em outro poema:

“Da fonte da Vossa misericórdia, ó Senhor, flui toda a felicidade e vida, por isso vós, criaturas todas e elementos, cantai enlevados a canção da misericórdia” (Diário, 522).

Toda vez que O louvamos com canções de alegria, essa é uma forma de êxtase. Afinal, o êxtase vem da ekstasis grega, que significa “ficar fora de si”. A misericórdia divina dentro de uma alma leva a alma a “ficar fora de si”, em louvor e ação da graça de Deus. Deus é verdadeiramente o deleite e a alegria de uma alma santa.

 

Misericórdia Divina, que desperta a confiança onde não há esperança, eu confio em Vós.

Na carta de São Paulo aos romanos, ele dá o exemplo da fé e da esperança de Abraão, escreveu:

Ele acreditava, esperando contra a esperança, que se tornaria “o pai de muitas nações”, conforme foi dito: “Assim serão seus descendentes.” Ele não se enfraqueceu na fé quando considerou seu próprio corpo como já amortecido (pois ele tinha quase cem anos) e nem tampouco para o ventre morto de Sarah. Ele não duvidou da promessa de Deus por incredulidade; ao contrário, ele foi capacitado pela fé e deu glória a Deus e estava totalmente convencido de que o que havia prometido também era capaz de fazer. É por isso que “isso lhe foi creditado como justiça” (4: 18-22).

Assim também podemos “ter esperança contra toda a esperança” quando confiamos na Divina Misericórdia, como os justos que vieram antes de nós. Seguimos em frente com esperança e inspiramos novas gerações.

 

Fonte: The Divine Mercy